Aprendizagem musical no canto coral - CEART
Aprendizagem musical no canto coral - CEART
Aprendizagem musical no canto coral - CEART
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A partir dos relatos destes alu<strong>no</strong>s, percebemos que para eles o que acontece <strong>no</strong> <strong>coral</strong>,<br />
na maioria das vezes não é considerado aprendizagem. Para muitos deles aprender está<br />
relacionado à forma como ocorre na escola: conteúdos, explicações, tarefas, avaliações, <strong>no</strong>tas,<br />
além da figura do professor. Embora não reconheçam o <strong>coral</strong> como um espaço de<br />
aprendizagem, me chamava a atenção a utilização do termo „aprender‟ para determinar as<br />
mudanças que aconteceram em sua prática <strong>musical</strong> com a participação <strong>no</strong> <strong>coral</strong>.<br />
A dificuldade em reconhecer as manifestações musicais informais como fontes de<br />
aprendizagem e como fazer <strong>musical</strong> também é mencionada por Romanelli (2009). Ao<br />
pesquisar a relação das crianças com música dentro da escola, sua pesquisa descreveu várias<br />
manifestações musicais <strong>no</strong>s momentos de lazer, nas brincadeiras e também durante as aulas.<br />
Contudo, ao perguntar quem sabia música, a resposta dos alu<strong>no</strong>s ig<strong>no</strong>rou estas manifestações<br />
musicais, revelando que para eles, o saber música estava relacionado ao ensi<strong>no</strong> formal de<br />
música ou de um instrumento <strong>musical</strong>. O autor acrescenta ainda que este conhecimento<br />
<strong>musical</strong>, na perspectiva dos alu<strong>no</strong>s, seria “algo que é estruturado conforme as regras<br />
escolares, incluindo a necessidade de ensi<strong>no</strong> formal e a escrita” (ROMANELLI, 2009, p.<br />
168).<br />
Em <strong>no</strong>sso estudo, embora inicialmente os alu<strong>no</strong>s apresentassem dificuldades em<br />
reconhecer sua aprendizagem <strong>musical</strong> na atividade <strong>coral</strong>, o processo de pesquisa bem como a<br />
<strong>no</strong>ssa presença <strong>no</strong> campo durante o período de coleta de dados parece ter exercido influência<br />
na opinião dos mesmos sobre o aprendizado de música <strong>no</strong> <strong>coral</strong>. Na chegada ao campo para o<br />
período de observações e entrevistas, explicamos durante um ensaio do <strong>coral</strong> o motivo de<br />
<strong>no</strong>ssa presença ali. Contamos um pouco aos alu<strong>no</strong>s sobre o que se referia a pesquisa, e o seu<br />
apoio foi solicitado através do preenchimento de um questionário.<br />
No questionário, duas questões referiam-se à aprendizagem de música <strong>no</strong> <strong>coral</strong>. A<br />
Questão 13 perguntava se o alu<strong>no</strong> aprendia música <strong>no</strong> <strong>coral</strong>. Logo abaixo havia duas<br />
alternativas: sim e não. Dos 60 alu<strong>no</strong>s participantes, cinqüenta e seis deles, o que corresponde<br />
a 93%, responderam afirmativamente. Algumas questões adiante, outra pergunta similar<br />
(Questão 23) pedia que os alu<strong>no</strong>s indicassem um dos níveis da escala proposta para a seguinte<br />
afirmação: “Aprendo Música <strong>no</strong> Coral”.<br />
70