12.04.2013 Views

Aprendizagem musical no canto coral - CEART

Aprendizagem musical no canto coral - CEART

Aprendizagem musical no canto coral - CEART

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

[...]<br />

Pesquisadora – Tá vendo...Vocês são professores e...nem se dão conta! Todo mundo<br />

aqui ajuda? Ou é ajudado?<br />

Heitor – Na medida do possível!...Porque...tipo, eu, por exemplo, ainda sou muito<br />

limitado pra cantar, né. Mas quando dá. Assim, daí dá pra dar uma ajudinha. Mas<br />

eu... muitas vezes eu escuto a voz do Joaquim, do Paulo, do Everaldo pra eu poder<br />

cantar, senão eu não consigo. E às vezes eu consigo passar pra outra pessoa.<br />

(Entrevista, Grupo III, 11 de maio de 2010).<br />

Os depoimentos de Alice e Heitor trazem ao contexto da pesquisa indicações<br />

importantes de como acontece o processo de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem dentro do <strong>coral</strong>. Embora<br />

a figura do regente seja importante, e sua função seja educativa, este trecho destaca o papel<br />

dos próprios alu<strong>no</strong>s como importantes <strong>no</strong> processo de aprendizado de <strong>no</strong>vas músicas.<br />

Também destacamos o caráter recíproco desta ação, quando o mesmo que ensina é também o<br />

que aprende.<br />

Contudo, Heitor menciona que muitas vezes é incapaz de ensinar, e procura a ajuda<br />

de outros amigos. Sua descrição apresenta relação direta com o conceito de Zona de<br />

Desenvolvimento Proximal de Vygotsky (2007). O autor, que destaca o aspecto social da<br />

aprendizagem e do desenvolvimento, propõe que a aprendizagem acontece a partir da prática<br />

e da imitação. O processo de fazer junto, como <strong>no</strong> caso de Heitor, escutar a voz pra depois<br />

repetir, já é uma etapa do aprendizado.<br />

Ajuda entre os <strong>coral</strong>istas e o valor deste comportamento para a aprendizagem<br />

direcionaram as últimas observações em campo para as interações entre os alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong>s<br />

momentos de ensaio. A descrição dos alu<strong>no</strong>s sobre como acontecia esse processo de ensi<strong>no</strong>-<br />

aprendizagem das músicas dentro dos ensaios trouxe ao contexto da pesquisa importantes<br />

contribuições para a compreensão deste comportamento.<br />

Pesquisadora – Como é que era esse se ajudar. A Alice falou. Foi a Alice que falou,<br />

não? A Rebeca...<br />

Rebeca – Ah, sei lá. A gente lê assim.<br />

Alice - Você tá cantando, daí você erra uma <strong>no</strong>ta, daí repete. Daí cantam do teu lado.<br />

Daí você ouvi e fala: Ah, é assim!<br />

Eliane - Ou quando vocês falam assim: Ah... escuta a voz do seu amigo pra vê se<br />

está <strong>no</strong> mesmo...ah,<br />

Rebeca: - É...encaixado<br />

Alice – A gente abaixa um pouco a voz pra ouvir colega. É assim!<br />

Pesquisadora – Acontece com esta dupla [apontando para Marcelinho e Filipinho].<br />

80

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!