Aprendizagem musical no canto coral - CEART
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INTRODUÇÃO<br />
O contato com a música aparece em <strong>no</strong>ssas primeiras lembranças. Percebemos que<br />
desde pequena a música fazia parte de <strong>no</strong>ssa vida, assim como comer, dormir e brincar.<br />
Dentre as atividades musicais presentes em minha infância, aquelas relacionadas à execução<br />
<strong>musical</strong> eram as que mais me chamavam a atenção. Lembro-me de ver meu avô estudando<br />
clarineta, e de dormir <strong>no</strong> colo de minha mãe enquanto ela dava aulas de pia<strong>no</strong>. Também me<br />
recordo de ficar sentada observando os ensaios dos corais que eles participavam.<br />
Como minha família tem origem protestante, outra atividade muito importante para<br />
nós era o <strong>canto</strong>. Muitas vezes, <strong>no</strong>s reuníamos em volta do pia<strong>no</strong> e, acompanhados por este<br />
instrumento cantávamos várias canções de um hinário cristão. Era comum minha mãe e meus<br />
avós se dividirem e cantarem “em vozes”, fazendo um acompanhamento harmônico para a<br />
melodia.<br />
Neste meio familiar, iniciei meus estudos de pia<strong>no</strong>, primeiro com minha mãe, depois<br />
com um professor particular e, por fim, <strong>no</strong> conservatório. Aos poucos minha participação nas<br />
atividades musicais da família aumentaram, porque agora também era capaz de ler as <strong>no</strong>tas de<br />
uma determinada linha melódica e de acompanhá-los ao pia<strong>no</strong>.<br />
Com o passar do tempo, estas atividades musicais foram extrapolando o círculo<br />
familiar e se estendendo ao círculo de amizades. Na adolescência, tinha muitos amigos que<br />
sabiam ler música ou tocavam algum instrumento. Por vezes <strong>no</strong>s reuníamos para tocar ou<br />
cantar algo. Foi nesta fase também que adquiri o gosto por participar de grupos corais. O <strong>coral</strong><br />
era para mim não só um lugar para cantar, mas também uma forma de estar junto com meus<br />
amigos, de conhecer outros lugares e de compartilhar <strong>no</strong>vas experiências.<br />
Enquanto cursava graduação, intensifiquei meu envolvimento com a atividade <strong>coral</strong>.<br />
Tive a oportunidade de dirigir o <strong>coral</strong> infantil de uma escola pública, participar do <strong>coral</strong> da<br />
universidade, ser pianista acompanhadora de um coro de câmara e participar de um madrigal.<br />
Estas atividades me proporcionaram vivências significativas, tanto <strong>no</strong> que se refere ao tipo de<br />
repertório, quando às diferentes técnicas de ensaio e ao papel desempenhado pelo regente.<br />
Quando concluí a graduação fui chamada para trabalhar <strong>no</strong> Instituto Adventista de<br />
Ensi<strong>no</strong> de Santa Catarina (IAESC). Dentre minhas atribuições, o diretor solicitou que<br />
formasse um <strong>coral</strong> com alu<strong>no</strong>s do Ensi<strong>no</strong> Médio. O que mais me preocupou foi o receio de<br />
não saber me relacionar com estes jovens. Tinha medo de que eles não gostassem da<br />
atividade, de que não quisessem cantar e de que não me respeitassem.<br />
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