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Aprendizagem musical no canto coral - CEART

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mundo, que quando a gente pára pra ouvir, é pra escutar a música, e não ficar<br />

prestando a atenção <strong>no</strong>s erros.<br />

Depois que ela parou, perguntei se já tinha feito aula. Ela ficou um pouquinho<br />

indecisa com a resposta, mas disse que não. Então explicou que o seu avô é maestro,<br />

e que ele a ensi<strong>no</strong>u a ler partitura. Então, quando vai passar as férias na casa dele,<br />

ela fica tentando ler e tocar. E foi assim, sem professor, que ela aprendeu. Perguntei<br />

o que o avô toca, ela me disse que pia<strong>no</strong>, violão e flauta transversal (observação,<br />

capela do residencial femini<strong>no</strong>, 06 de maio de 2010).<br />

Na descrição acima verificamos a presença de educação <strong>musical</strong> informal e não<br />

formal. O primeiro tipo acontece <strong>no</strong> momento em que a observação acontece. As duas alunas<br />

trocam experiências musicais, muito embora não estejam conscientes de que este ato<br />

signifique aprender. Ao tentar continuar a tocar a melodia de Pour Elise, conhecida de ambas,<br />

a aluna desenvolve a percepção auditiva. Em um só ato, demonstra seu nível de<br />

desenvolvimento <strong>musical</strong>, utilizando conceitos construídos anteriormente, como a<br />

diferenciação de alturas, <strong>no</strong>ção de intervalos e a memória auditiva. Ao mesmo tempo se<br />

configuram elementos característicos de uma comunidade de prática, onde, a partir da prática,<br />

pessoas envolvidas em uma mesma atividade interagem e trocam informações, o que resulta<br />

em aprendizagem.<br />

O relato da observação descrito ao final deste trecho demonstra mais uma vez a<br />

influência dos familiares na experiência <strong>musical</strong>. Ao ser questionada sobre suas experiências<br />

anteriores na aprendizagem de música a aluna encontra dificuldades em definir se a forma<br />

como aprendeu música, com seu avô, era formal, em aulas, ou não. Interessante também que a<br />

menina reconhece que foi ensinada por ele, mas não o considera professor. Este é um dos<br />

exemplos <strong>no</strong> material coletado onde são expressas opiniões distintas sobre o que é aprender,<br />

como se aprende e quem desempenha o papel de ensinar.<br />

De volta ao questionamento anterior a respeito da origem das práticas musicais <strong>no</strong><br />

IAESC, <strong>no</strong>s perguntamos se a grande quantidade de atividades envolvendo a música se<br />

origina <strong>no</strong>s alu<strong>no</strong>s, que trazem de suas vivências anteriores esta prática, ou se, o colégio, por<br />

sua rotina, <strong>no</strong>rmas e filosofia educativa que enfatiza a música <strong>no</strong> cotidia<strong>no</strong> dos alu<strong>no</strong>s. Os<br />

dados coletados demonstram a influência dos dois fatores: prática <strong>musical</strong> a partir dos alu<strong>no</strong>s<br />

e prática <strong>musical</strong> estabelecida e estimulada pela escola.<br />

Não é possível determinar qual dos dois fatores - alu<strong>no</strong>s ou escola - se manifesta<br />

primeiro. Ambos parecem contribuir de igual maneira para a presença das práticas musicais<br />

do colégio. A Instituição incentiva a música e a utiliza em diversos momentos, o que faz com<br />

que todos os alu<strong>no</strong>s participem desta atividade. Ao mesmo tempo, esta prática constante<br />

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