Aprendizagem musical no canto coral - CEART
Aprendizagem musical no canto coral - CEART
Aprendizagem musical no canto coral - CEART
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Kate foi visitar sua antiga escola e se apresentou lá. Seu desenvolvimento foi <strong>no</strong>tado por seus<br />
pais, e isto se constituiu em um incentivo para que ela continuasse envolvida nas atividades<br />
musicais do colégio.<br />
O depoimento de Marcelinho também demonstra como o desenvolvimento <strong>musical</strong><br />
proporcionado pelo <strong>coral</strong> se expandiu para outras atividades:<br />
Ah, eu comecei a cantar por causa do <strong>coral</strong>, porque eu nunca tinha cantado na vida.<br />
Daí... a primeira vez que eu cantei, assim...foi o teste do <strong>coral</strong>, lá. Não sei se a Lucila<br />
se lembra. Eu fui o último. Eu e o Renato fizemos por último. Já tinha fechado as<br />
inscrições daí a gente chegou lá. Daí eu cantei “Tu és fiel Senhor”. Daí depois ele<br />
<strong>canto</strong>u também. Só que ele <strong>canto</strong>u a letra da estrofe com a melodia do coro. Ficou<br />
meio estranho! Daí a Lucila me chamou pra cantar... uma música lá. Daí eu cantei.<br />
Daí eu fui pro <strong>coral</strong>. Depois eu comecei a cantar. Daí...por isso que...sei lá, fez a<br />
maior diferença. (Entrevista, Marcelinho, 11 de maio de 2010)<br />
Ao contrário de Kate, que já participava antes de atividades relacionadas ao <strong>canto</strong>, e<br />
expandiu suas experiências, Marcelinho menciona o <strong>coral</strong> como o início de uma prática vocal<br />
que passou a desempenhar também em outros contextos. O alu<strong>no</strong> menciona a sua primeira<br />
experiência e depois as outras oportunidades que lhes foram dadas, e mostra através de sua<br />
narrativa como se desenvolveu, através da prática.<br />
As palavras de Cauê resumem a experiência e o desenvolvimento <strong>musical</strong> expresso<br />
pelos alu<strong>no</strong>s entrevistados. Segundo ele: “foi <strong>no</strong> <strong>coral</strong> que eu comecei a cantar. E eu acho que<br />
foi o início de alguma coisa, que.hoje está melhor do que antes” (CAUÊ, entrevista, 11 de<br />
maio de 2010).<br />
A convivência e companheirismo mostram-se elementos fundamentais para a<br />
aprendizagem <strong>no</strong> <strong>coral</strong>. Para os alu<strong>no</strong>s mais experientes, o relacionamento entre eles, as<br />
parcerias na hora de cantar e de aprender são consideradas muito importantes. De acordo com<br />
a entrevista, é em meio a estas interações que eles aprendem e se ajudam. As respostas do<br />
grupo de alu<strong>no</strong>s vetera<strong>no</strong>s sobre o que levariam da experiência <strong>coral</strong> ao final do a<strong>no</strong> revelam a<br />
importância desta relação entre os coristas.<br />
Pesquisadora – Alice, o que você vai levar do <strong>coral</strong>?<br />
Alice – Ai, pra mim os momentos que a gente ta cantando, ensaiando, um ajudando<br />
o outro. Quando me ajudam. Principalmente a Rebeca, que sempre me ajuda e toca a<br />
voz. Ah... quando eu também ajudo as outras meninas. E quando a gente vai cantar<br />
lá na frente, que a gente vai fazer gesto. Às vezes tem momento da música que dá<br />
um arrepio, um momento... <strong>no</strong> corte, daí você toca, daí todo mundo canta com uma<br />
emoção que...<strong>no</strong>ssa! Esses momentos vão me marcar.<br />
Rebeca –E eu vou levar as amizades que eu fiz. Quando a gente se ajudava. Eu<br />
lembro da Débora, que a gente ficava fazendo gesto. Então a gente aprende por isso.<br />
79