Aprendizagem musical no canto coral - CEART
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Trazendo a relação música e adolescência para o contexto escolar, Silva (2008)<br />
reforça a influência destas escolhas musicais, relembrando o seu<br />
papel de poder, demarcando identidades sociais, econômicas, étnicas e de gênero,<br />
constituindo-se em uma ferramenta atribuidora de popularidade ou exclusão entre o<br />
grupo de colegas, e ainda, pontuando diferenças geracionais entre os jovens e os<br />
adultos com os quais convivem (SILVA, 2008, p. 56).<br />
Embora o objeto de estudo desta pesquisa seja a prática <strong>musical</strong> dos jovens através<br />
do <strong>canto</strong> <strong>coral</strong>, a contribuição da literatura revisada suscita reflexões. Mesmo que grande parte<br />
do contato do jovem com a música aconteça de forma individual, a influência do grupo é fator<br />
preponderante nas escolhas musicais. Este fato <strong>no</strong>s faz atentar para o papel da coletividade<br />
nesta relação. E ao se pensar em coletividade e música, o <strong>canto</strong> <strong>coral</strong> emerge como ponto de<br />
partida, levando-<strong>no</strong>s à necessidade de refletir, posteriormente, sobre a influência do grupo não<br />
só <strong>no</strong> processo de escolha do que se ouve, como também <strong>no</strong>s processos de produção <strong>musical</strong>.<br />
1.2 <strong>Aprendizagem</strong> Musical<br />
A aprendizagem é um tema tão intrigante e instigante quanto o processo a que se<br />
propõe investigar. Principalmente <strong>no</strong> século XX, diferentes teorias procuraram descrever<br />
como aprendemos e de que forma isto se processa em <strong>no</strong>ssa mente. Ao apresentar uma síntese<br />
destas teorias, Gómez (1998) divide-as em dois grandes grupos, de acordo com concepção de<br />
aprendizagem intrínseca de cada uma delas: teorias de condicionamento e teorias<br />
mediacionais.<br />
As teorias de condicionamento procuram explicar a aprendizagem como um processo<br />
de associação de estímulos e respostas provocados por condições externas. Segundo Gómez<br />
(1998, p.30), “determinada a conduta que vai se configurar e estabelecidas as contingências<br />
de reforço sucessivo das respostas intermediárias, a aprendizagem é inevitável, porque o meio<br />
está cientificamente organizado para produzi-lo”. A partir destas proposições, utilizados os<br />
estímulos corretos e praticado o reforço, automaticamente o indivíduo estaria aprendendo.<br />
Estas teorias são muito relevantes na compreensão dos tipos mais simples de aprendizagem<br />
como o que acontece com animais ou as primeiras formas de reação de uma criança, contudo,<br />
apresentam dificuldades em explicar processos mais complexos de aprendizagem.<br />
O segundo grupo, das teorias mediacionais, é composto pelas teorias cognitivas<br />
como a psicologia genético-cognitiva de Piaget e Bruner, a psicologia genético-dialética de<br />
Vygotsky e as mais recentes teorias do processamento de informação. Deste grupo, as duas<br />
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