Aprendizagem musical no canto coral - CEART
Aprendizagem musical no canto coral - CEART
Aprendizagem musical no canto coral - CEART
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>musical</strong> dos participantes. Além desses motivos, considerando que a prática é a chave para a<br />
aprendizagem, as oportunidades destes alu<strong>no</strong>s explicam o seu destaque. Além de participarem<br />
na prática <strong>coral</strong>, têm a oportunidade de cantarem mais, de ensaiarem mais, de se apresentarem<br />
mais.<br />
A diferença entre as alunas que “cantam bem” e as que “puxam” mencionadas na<br />
fala de Marcelinho é outro ponto que gostaríamos de comentar. A forma como o alu<strong>no</strong> se<br />
expressou, estabelece três divisões. Primeiramente, as alunas que cantam bem. Em seguida, as<br />
que cantam bem, mas não como o grupo anterior. Por último, as que puxam. Ao se expressar<br />
desta forma, o alu<strong>no</strong> sugere que podem existir diferenças entre cantar bem e auxiliar o grupo.<br />
A divisão feita por ele parece considerar outros aspectos, não necessariamente oriundos da<br />
prática vocal, mas que fazem com que outros coristas se destaquem. Estes aspectos parecem<br />
estar relacionados ao comportamento das mesmas, englobam questões de liderança dentro do<br />
naipe ou mesmo de personalidade.<br />
Para o grupo de alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong>vatos, o fato de saber mais não está diretamente<br />
relacionado ao tempo em que se faz parte do <strong>coral</strong>.<br />
Pesquisadora – Vocês acham que os vetera<strong>no</strong>s sabem mais que vocês? Ou não é só<br />
uma questão de que eles já conhecem aquela música? Agora, se for uma música<br />
<strong>no</strong>va, vocês acham que eles...<br />
Andressa – Não, daí todo mundo se junta se for uma música <strong>no</strong>va. Porque a gente já<br />
sabe que eles cantaram <strong>no</strong> a<strong>no</strong> passado aquela música, daí é só pedir ajuda pra eles.<br />
Agora, se for uma música <strong>no</strong>va, tu podes estar ajudando os vetera<strong>no</strong>s. Os <strong>no</strong>vatos<br />
mesmo ajudando os vetera<strong>no</strong>s, e todo mundo se ajudando, porque é uma música que<br />
ninguém conhece.<br />
Pesquisadora – Vocês concordam?<br />
Valentina – Eu acho que independente de ser <strong>no</strong>vato ou ser vetera<strong>no</strong>, o<br />
conhecimento de música é diferente pra cada pessoa. Tu podes saber o que um<br />
vetera<strong>no</strong> não sabe, e ajudar o vetera<strong>no</strong> mesmo sendo <strong>no</strong>vato (Entrevista, Grupo II,<br />
19 de maio de 2010).<br />
De acordo com a primeira aluna, não existem diferenças entre os coristas quando a<br />
questão é aprendizado de uma <strong>no</strong>va música. Contudo, sua fala tem a ver somente com o<br />
aprendizado de <strong>no</strong>vo repertório. Existiriam diferenças entre eles <strong>no</strong> aprendizado de outros<br />
aspectos musicais?<br />
A opinião de Valentina resume o consenso dos alu<strong>no</strong>s: a distinção acontece<br />
principalmente pela diferença <strong>no</strong>s níveis de conhecimento <strong>musical</strong>. No questionário (Questão<br />
5) pedimos que identificassem aqueles membros do <strong>coral</strong> que os auxiliavam <strong>no</strong> aprendizagem<br />
<strong>musical</strong>. Vários alu<strong>no</strong>s foram apontados. Na maioria dos casos, os questionários utilizaram o<br />
67