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Aprendizagem musical no canto coral - CEART

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Filipinho – É. Eu gosto de ouvir o Marcelinho cantando. Ainda mais quando eu<br />

cheguei. Daí, ele cantava baixo. Daí quando a gente cantava <strong>no</strong> <strong>coral</strong>... Daí sempre<br />

que a gente ia cantar <strong>no</strong> <strong>coral</strong>...daí eu sempre cantava baixinho pra ficar ouvindo ele<br />

cantando.<br />

Filipinho – Sei lá, essa experiência de... escutar também. E logo depois disso.<br />

Quando se aprende com a convivência, ou a rotina de cantar. Depois disso, até na<br />

hora que você está ouvindo outra música você vai tirando o baixo assim de ouvido.<br />

E isso é bem legal. Isso eu gosto.<br />

Eliane - É, os dois crescem, né. Tipo, é legal. Com a ajuda, quem está ajudando<br />

cresce mais ainda, porque já sabe. E quem está ouvindo também! (Entrevista, Grupo<br />

III, 11 de maio de 2010).<br />

O processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem das músicas, como narrado pelos alu<strong>no</strong>s pode<br />

ser definido em três partes. Primeiro se reconhece o erro. Esta capacidade demonstra já um<br />

determinado desenvolvimento <strong>musical</strong>, pois para reconhecer a diferença entre o som<br />

produzido e o som que se deveria produzir é preciso lidar com atributos como a diferenciação<br />

de alturas e a percepção <strong>musical</strong>. O segundo passo mencionado pelos entrevistados tem a ver<br />

com a participação do outro corista. Alguém que domina aquela linha melódica a canta para<br />

você. Em seguida, você repete o correto, fixando o que lhe foi repetido.<br />

Valentina – Eu acho que o regente...é muita gente. Se todos fossem perguntar pra ele<br />

quais eram as dúvidas ele ia ficar vinte e quatro horas respondendo dúvidas. Então a<br />

gente pergunta pros vetera<strong>no</strong>s. E, até hoje nenhuma menina me negou ajuda, sabe!<br />

Ajudam sempre com vontade.<br />

Pesquisadora – E como é que é a ajuda deles? O que eles fazem pra ajudar vocês?<br />

Andressa – Eu pego e sento do lado da Kate o ensaio inteiro. Ela pega e fica do meu<br />

lado enchendo o saco quando eu erro. Ela vai lá e me ensina. Ou quando ela erra eu<br />

vou lá e encho o saco dela. Ou quando, por exemplo, tem ocasiões quando nenhuma<br />

das duas entende. Aí vai lá e pede pro pianista, ele vai lá e passa a <strong>no</strong>ta pra gente. Aí<br />

a gente já vê como é o certo, pega e passa pro resto do grupo. Tem que ajudar as<br />

outras também. Não é só tu que não entendeu. Porque, esta dúvida que tu tens, um<br />

monte de gente tem. Então você tira essa dúvida, vira pra trás e passa pro colega de<br />

trás, que com certeza estava com a mesma dúvida. Então a gente ajuda um bolinho<br />

ali.<br />

Pesquisadora – Mais alguém? Como é que é com os meni<strong>no</strong>s? É igual? Os meni<strong>no</strong>s<br />

também ajudam?<br />

Carlito – Ah, eles ajudam sim. Tem uns que são mais, assim, fechados, né. Outros<br />

são mais extrovertidos. E outros são mais amigos. Outros são mais, assim, só o seu<br />

grupo. Mas a maioria ajuda sim, e, a gente, com isso vai formando os <strong>no</strong>vos amigos<br />

(Entrevista, Grupo I, 19 de maio de 2010).<br />

Estas “ajudas” como chamam os alu<strong>no</strong>s, relacionam-se diretamente com a<br />

perspectiva de aprendizagem da comunidade de prática. De acordo com Lave e Wenger<br />

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