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Aprendizagem musical no canto coral - CEART

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Charlote costumavam se aproximar mais das colegas do naipe que estavam ao seu lado ou à<br />

sua frente, e cantavam perto do ouvido delas. Nos trechos da música em que o naipe tinha<br />

maior dificuldade, elas aumentavam o volume da voz, fornecendo às outras contraltos uma<br />

referência.<br />

Observando o comportamento das duas alunas e outros alu<strong>no</strong>s mencionados como<br />

destaque, percebemos um comportamento distinto <strong>no</strong>s ensaios. Enquanto o regente passava<br />

uma voz, a maioria dos alu<strong>no</strong>s dos outros naipes parecia se desligar do que estava<br />

acontecendo. Alguns conversavam com os colegas, ficavam olhando para fora da sala ou<br />

mexendo com algum objeto próximo. Entretanto, observamos que estes alu<strong>no</strong>s, mencionados<br />

pelo restante do grupo como aqueles que se destacam <strong>no</strong> <strong>coral</strong>, permaneciam atentos ao que<br />

estava acontecendo. Alguns deles acompanhavam na partitura a linha melódica que o regente<br />

estava repetindo. Outros ficavam repetindo as <strong>no</strong>tas de seu naipe. Alguns, ainda, cantavam<br />

junto com seus colegas ou <strong>no</strong> ouvido deles a linha melódica.<br />

A atenção diferenciada dos alu<strong>no</strong>s que se destacam durante os ensaios pode explicar<br />

o maior desenvolvimento deste grupo. A constante repetição da sua voz, enquanto o regente<br />

passa as outras vozes, contribuiria para a memorização dos trechos. Ao observarem<br />

atentamente a partitura, estariam possivelmente analisando e memorizando os trechos<br />

ensaiados.<br />

Outro grupo mencionado foi o das “meninas do Tom Jovem”. Esta menção foi<br />

justificada afirmando que as mesmas convivem há mais tempo com música. O Tom Jovem é<br />

um grupo <strong>musical</strong> do colégio, dirigido pelo regente do <strong>coral</strong> e composto por mais ou me<strong>no</strong>s<br />

dez integrantes. O seu repertório é religioso e os ensaios acontecem regularmente durante<br />

aproximadamente duas a três horas semanais. O próprio regente escolhe os integrantes do<br />

grupo. Em sua maioria, são alu<strong>no</strong>s que se destacam <strong>musical</strong>mente dentro da escola. Muitos<br />

estudam ou estudaram música formalmente, sendo hábeis na leitura e solfejo da partitura. Nos<br />

ensaios do grupo, além do aprendizado de <strong>no</strong>vas músicas, existem momentos de técnica<br />

vocal, mais extensos e criteriosos do que os que acontecem <strong>no</strong> <strong>coral</strong>. O regente apresenta uma<br />

grande preocupação com a so<strong>no</strong>ridade do grupo, com um constante cuidado em manter um<br />

som homogêneo apesar dos diferentes timbres dos <strong>canto</strong>res.<br />

O destaque dos participantes do Tom Jovem dentro do <strong>coral</strong> pode ter como um dos<br />

motivos estas oportunidades de aprendizagem diferenciadas que eles têm dentro dos ensaios<br />

do grupo. O me<strong>no</strong>r número de componentes possibilita que o regente dê mais atenção a cada<br />

um, focalizando nas particularidades de cada voz. A forma como o grupo ensaia, e a<br />

quantidade de exercícios de técnica vocal também contribuem para o desenvolvimento<br />

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