Aprendizagem musical no canto coral - CEART
Aprendizagem musical no canto coral - CEART
Aprendizagem musical no canto coral - CEART
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
É importante esclarecer que para a maioria dos alu<strong>no</strong>s que preencheram o<br />
questionário, cantar na igreja não se refere somente aos momentos onde todos são convidados<br />
a cantarem juntos, como <strong>no</strong>s momentos de louvor ou na liturgia. Para eles, cantar na igreja<br />
significa participar do momento de música especial, onde pessoas ou grupos se apresentam.<br />
Não existe uma seleção criteriosa de quem pode se apresentar na igreja. Um líder encarregado<br />
pela música acaba indicando e escolhendo as pessoas que o façam com qualidade. Contudo,<br />
qualquer membro da igreja que se preparar para cantar pode participar. Desta forma, muitos<br />
dos jovens entrevistados afirmaram cantar na igreja. Alguns já o fazem há mais tempo, outros<br />
desenvolveram este hábito <strong>no</strong> Instituto.<br />
Constatado que a maioria dos alu<strong>no</strong>s teve envolvimento com práticas musicais antes<br />
de vir para o IAESC, buscamos compreender um pouco a origem destas práticas. A primeira<br />
questão a este respeito trata do ensi<strong>no</strong> de música na Educação Básica. De acordo com as<br />
respostas à Questão 7 do questionário aplicado, 23 alu<strong>no</strong>s, do total de sessenta participantes<br />
da pesquisa, tiveram aulas de música durante o ensi<strong>no</strong> fundamental. Isto significa que mais da<br />
metade dos alu<strong>no</strong>s não teve aulas de música na escola. Mesmo entre estes alu<strong>no</strong>s que tiveram<br />
aulas de música na escola, as experiências musicais deste âmbito não foram mencionadas em<br />
nenhuma das outras formas de coleta de dados. Não buscamos aqui questionar a validade<br />
destas experiências, nem tão pouco a qualidade das mesmas. Contudo, este fato pode suscitar<br />
reflexão quanto ao significado das experiências musicais vividas na escola bem como às<br />
formas como estes conteúdos musicais são tratados. O fato de não mencionarem estes<br />
aprendizados poderia demonstrar o grau de significado desta experiência para eles? Ou os<br />
entrevistados encontraram certa dificuldade em relacionar as vivências que aconteceram em<br />
sala de aula com a realidade e as práticas musicais que vivem na atualidade?<br />
A influência da educação <strong>musical</strong> escolar na vida de adolescentes é comentada por<br />
Wille (2005). Em pesquisa com adolescentes, cujo objetivo foi investigar a importância da<br />
educação <strong>musical</strong> em contextos distintos na vida de três alu<strong>no</strong>s do Ensi<strong>no</strong> Médio, a<br />
pesquisadora destaca a pouca influência que este ensi<strong>no</strong> formal exerceu sobre a prática<br />
<strong>musical</strong> destes estudantes. Segunda ela, os conteúdos descontextualizados e distantes da<br />
realidade <strong>musical</strong> dos alu<strong>no</strong>s podem ser um dos fatores que contribuem para que seja dado<br />
pouco valor a este ensi<strong>no</strong>. Em contraste com esta educação intencional e formalizada, o<br />
aprendizado através da experiência em outros contextos foi mencionado e valorizado pelos<br />
estudantes. Justificando a maior influência do aprendizado informal, Wille (2005, p. 47)<br />
destaca que “o que ocorre é que a necessidade do grupo acaba por envolver os participantes<br />
55