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Aprendizagem musical no canto coral - CEART

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Ao comentarem a influência de Vygotsky, os autores mencionam as diferentes<br />

abordagens contemporâneas do conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal. Em meio<br />

aos diferentes enfoques, a abordagem adotada por eles enfatiza “as relações entre <strong>no</strong>vos e<br />

mais experientes <strong>no</strong> contexto de mudanças da prática compartilhada” (p. 49).<br />

Ao longo do processo de estudo que deu origem à teoria proposta por Lave e<br />

Wenger, os autores mencionam duas fases pelas quais passaram na procura por termos que se<br />

adequassem à proposta que estavam elaborando. Refletindo inicialmente acerca do papel dos<br />

aprendizes, em diversas culturas, e em geral para aprender uma profissão, os autores<br />

chegaram ao conceito de aprendizagem situada. Para os autores, o termo implica na visão de<br />

que “agente, atividade e mundo mutuamente constituem um ao outro” (1991, p. 33 – tradução<br />

<strong>no</strong>ssa). Desta forma, o sujeito não desempenha um papel de mero receptor do conhecimento,<br />

antes, desenvolve-o através de determinada atividade que por sua vez está contextualizada<br />

dentro de um mundo socialmente influente.<br />

Em um segundo momento, Lave e Wenger julgaram necessário acrescentar ao termo<br />

“aprendizagem situada” o conceito de “participação periférica legítima”. Segundo os autores<br />

(1991, p. 35 – tradução <strong>no</strong>ssa): “participação periférica legítima foi proposta como uma<br />

descrição do engajamento na prática social que implica aprendizagem como um componente<br />

integral”. Desta forma, a aprendizagem não está meramente situada na prática, ela é parte<br />

desta. Neste sentido, sempre que fazemos, aprendemos. A partir desta perspectiva, o<br />

aprendizado <strong>no</strong> <strong>coral</strong> estaria ligado à prática, ou seja, às atividades relacionadas ao <strong>canto</strong> em<br />

grupo.<br />

O termo participação periférica legítima, utilizado desde o início do livro de Lave e<br />

Wenger como o conceito chave da teoria de aprendizagem proposta, não deve ser entendido<br />

palavra por palavra. Embora seja possível utilizar antônimos e sinônimos de participação,<br />

legítima e periférica buscando a melhor compreensão desta expressão, os autores atribuem<br />

significados específicos e peculiares a esta composição.<br />

Por participação legítima, define-se a forma de pertencer que caracteriza o indivíduo<br />

da comunidade. Todo o participante de uma comunidade é um membro desta, ou seja, tem<br />

participação legítima. Este fato permite também acrescentar que, conforme veremos mais<br />

adiante, para pertencer a uma comunidade de prática, o indivíduo deve participar das<br />

atividades da mesma.<br />

„Participação periférica‟ define a localização dos membros na comunidade. Para<br />

Lave e Wenger (1991, p. 36 – tradução <strong>no</strong>ssa) “existem várias maneiras de se estar localizado<br />

<strong>no</strong> mundo social”. A mudança de lugar e de perspectiva dentro da comunidade é um processo<br />

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