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Jean Piaget no século XXI - Faculdade de Filosofia e Ciências ...

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J E A N P I A G E T N O S É C U L O X X I<br />

2.3. TRANSIÇÃO DA INTELIGÊNCIA SENSÓRIO-MOTORA PARA A INTELIGÊNCIA<br />

CONCEITUAL.<br />

Na pesquisa sobre a transição dos esquemas sensório-motores para os<br />

esquemas conceptuais, <strong>Piaget</strong> (1945) mostra que os primeiros “esquemas verbais”<br />

da criança refl etem o uso da linguagem, a qual se reporta a objetos exteriores<br />

assimilados em função dos esquemas sensório-motores em vias <strong>de</strong> interiorização ou<br />

<strong>de</strong> conceptualização.<br />

A <strong>de</strong><strong>no</strong>minação, como já se verifi cou pelas introduções prece<strong>de</strong>ntes, não é a<br />

simples atribuição <strong>de</strong> um <strong>no</strong>me, mas o enunciado <strong>de</strong> uma ação possível: a palavra<br />

se limita quase a traduzir, neste nível, a organização <strong>de</strong> esquemas sensório-motores<br />

que po<strong>de</strong>riam passar sem ela. (PIAGET, 1978, p. 285).<br />

Esquemas verbais...................pré-conceitos .............................. conceitos<br />

Semi-sig<strong>no</strong>s-.................................................................................. sig<strong>no</strong>s verda<strong>de</strong>iros<br />

Imagens estáticas ......................................................................... Imagens dinamicas<br />

Continuida<strong>de</strong> com reconstrucão<br />

Esquema 5 – Desenvolvimento do pensamento conceitual na criança.<br />

É evi<strong>de</strong>nte que a linguagem, nesse nível inicial, participa <strong>no</strong> processo <strong>de</strong><br />

socialização do pensamento, visto que permite trocar informações e colocar<br />

em correspondência pontos <strong>de</strong> vista, e nesse sentido possibilita o processo <strong>de</strong><br />

conceptualização. Entretanto, esse processo não é <strong>de</strong> uma via somente, pois o<br />

processo <strong>de</strong> conceptualização possibilita, reciprocamente, o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

competência lingüistica. Sobre isso, <strong>Piaget</strong> se manifesta:<br />

Mas é claro que perdura o problema <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r como a linguagem permite a<br />

construção dos conceitos, pois a relação é naturalmente recíproca e a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> construir representações conceptuais é uma das condições necessárias para a<br />

aquisição da linguagem. (<strong>Piaget</strong>, 1978, p. 285).<br />

Na passagem dos esquemas sensório-motores para os esquemas conceituais,<br />

<strong>Piaget</strong> não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> outorgar a importância <strong>de</strong>vida à linguagem, sobretudo na ativida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> narrativa do sujeito; porem a narrativa não explica a própria <strong>no</strong>vida<strong>de</strong> construtiva<br />

da estrutura conceptual do pensamento, pois esta é produto da reorganização dos<br />

esquemas interiorizados (abstrações refl exivas). A narrativa embora sendo um<br />

intermediário indispensável como meio <strong>de</strong> evocação e <strong>de</strong> reconstituição, ela somente<br />

se inicia <strong>no</strong> limite superior da produção dos primeiros esquemas verbais, quando da<br />

produção dos primeiros pré-conceitos e transduções da criança.<br />

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