Jean Piaget no século XXI - Faculdade de Filosofia e Ciências ...
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M O N T O Y A , A . O . D . et al. (ORG.)<br />
Esquemas s.m. ........... Esquemas Verbais ........ Pré-conceitos ................ Conceitos<br />
Narrativa<br />
Esquema 6 – A narrativa e o <strong>de</strong>senvolvimento do pensamento conceitual<br />
Após essas pesquisas a convicção <strong>de</strong> <strong>Piaget</strong> se acentua na direção da<br />
irredutibilida<strong>de</strong> e indissociabilida<strong>de</strong> entre explicação endógena e exógena, o que se<br />
po<strong>de</strong> traduzir na formula seguinte:<br />
Coor<strong>de</strong>nação intra-individual (explicação endógena) -----------------------<br />
Coor<strong>de</strong>nação inter-individual (explicação exógena) ------------------------<br />
Esquema 7 – Desenvolvimento individual e social do pensamento<br />
O conceito e o julgamento do indivíduo são produtos das transformações<br />
ocorridas <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> interiorização dos esquemas e coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> esquemas <strong>de</strong><br />
ação (esquemas verbais, preconceitos, transduções), o que envolve necessariamente<br />
reorganizações por abstrações refl exivas. Como sabemos, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> classifi cação<br />
e or<strong>de</strong>namento <strong>de</strong> assimetrias não se retira dos objetos exteriores e nem mesmo da<br />
sintaxe da linguagem, mas sim das formas classifi catórias e or<strong>de</strong>nadoras próprias às<br />
coor<strong>de</strong>nações cada vez mais móveis e complexas dos esquemas sensório-motores.<br />
Nesse processo é evi<strong>de</strong>nte que a formação e acabamento da função simbólica é<br />
fundamental.<br />
Esse processo <strong>de</strong> evolução interna não se opõe à evolução das próprias<br />
interações sociais. As relações inter-individuais partem <strong>de</strong> relações centradas sobre as<br />
ações particulares para coor<strong>de</strong>nações <strong>de</strong>scentradas dos pontos <strong>de</strong> vista; <strong>de</strong> relações<br />
unilaterais <strong>de</strong> coação intelectual e moral para relações <strong>de</strong> reciprocida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> cooperação<br />
propriamente dita. A evolução da ação do indivíduo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da evolução<br />
das relações <strong>no</strong>s quais se encontra inserido e isso reciprocamente. Nessa evolução<br />
a socialização se encontra intimamente relacionado com a co-operação: socializar<br />
signifi ca compartilhar <strong>no</strong>ções e sig<strong>no</strong>s com uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falantes e ao mesmo<br />
tempo distingui-los das próprias idiossincrasias e dos particulares pontos <strong>de</strong> vista.<br />
Da analise do movimento construtivo inter<strong>no</strong>, realizada na década <strong>de</strong> 30 e<br />
40, não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>duzir que <strong>Piaget</strong> abandona a explicação social realizada na década<br />
<strong>de</strong> 20, pelo contrário, ele a leva a serio, mas num nível <strong>de</strong> integração e diferenciação<br />
maior: interação e solidarieda<strong>de</strong> dos processos inter<strong>no</strong>s e exter<strong>no</strong>s enquanto aspectos<br />
indissociáveis e irredutíveis da ação humana.<br />
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