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Jean Piaget no século XXI - Faculdade de Filosofia e Ciências ...

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M O N T O Y A , A . O . D . et al. (ORG.)<br />

De forma geral, segundo a classifi cação <strong>de</strong> <strong>Piaget</strong> (1974, p. 185), um signifi cante<br />

utilizado em uma representação (com o uso da função semiótica), ou é um símbolo,<br />

ou é um sig<strong>no</strong>, caso, respectivamente, tenha semelhança ou não com seu signifi cado.<br />

O exemplo típico <strong>de</strong> sig<strong>no</strong> é a palavra (<strong>no</strong>temos, por exemplo, que a palavra<br />

água não guarda diretamente semelhança com a própria água).<br />

Quanto ao simbolo, temos que:<br />

Um símbolo é uma imagem evocada mentalmente ou um objeto materialmente<br />

escolhido intencionalmente para <strong>de</strong>signar uma classe <strong>de</strong> ações ou objetos. Assim,<br />

a imagem mental <strong>de</strong> uma árvore simboliza na mente as árvores em geral, uma<br />

<strong>de</strong>terminada árvore <strong>de</strong> que o indivíduo se recorda ou certa ação relativa às arvores<br />

etc. (PIAGET, 1974, p. 185).<br />

A imagem mental é então o signifi cante semelhante ao signifi cado, usado<br />

pelo sujeito epistêmico para o representar, e, portanto, é um símbolo; mas é um<br />

signifi cante que não é um objeto do meio exterior (como, por exemplo, um boneco<br />

que representa uma pessoa, ou um <strong>de</strong>senho que representa a coisa <strong>de</strong>senhada) e sim<br />

é inter<strong>no</strong> ao sujeito epistêmico.<br />

As imagens mentais são “cópias” do real; entre aspas, pois elas não <strong>de</strong>rivam<br />

dos objetos ou dos acontecimentos “em si”, mas do real tal qual está construído pelo<br />

sujeito num <strong>de</strong>terminado momento segundo as suas ações. A imagem mental, como<br />

mostra <strong>Piaget</strong> (1978) é o produto da interiorização dos atos <strong>de</strong> inteligência, imitação<br />

interiorizada, ou ainda, o esboço <strong>de</strong> uma imitação possível (e portanto tem suas raízes<br />

<strong>no</strong> pla<strong>no</strong> sensório-motor).<br />

Assim, a imagem é a fortiori símbolo, i.e., signifi cante, cuja signifi cação tem que<br />

ser buscada nas ações sensório-motoras.<br />

Ainda segundo <strong>Piaget</strong> (1974, p. 185), o símbolo é “motivado” (por sua<br />

semelhança com o signifi cado), e, por isso é “individual”, em oposição ao sig<strong>no</strong> que<br />

é “coletivo” e, portanto, “arbitrário”.<br />

Entretanto, apesar <strong>de</strong>sta distinção, <strong>Piaget</strong> (1974, p. 185) salienta que: “Símbolos<br />

e sig<strong>no</strong>s apenas são os dois polos, individual e coletivo, <strong>de</strong> uma mesma elaboração<br />

<strong>de</strong> signifi cações.”<br />

Com a função semiótica, constrói-se então o pla<strong>no</strong> da representação, pois<br />

agora o sujeito po<strong>de</strong> evocar os objetos distantes <strong>no</strong> tempo e <strong>no</strong> espaço através <strong>de</strong><br />

signifi cantes. Este <strong>no</strong>vo pla<strong>no</strong> é condição necessária, mas não sufi ciente, para a<br />

criança realizar operações lógico-matemáticas com os objetos e, portanto, organizar<br />

coerentemente seu real.<br />

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