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Jean Piaget no século XXI - Faculdade de Filosofia e Ciências ...

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J E A N P I A G E T N O S É C U L O X X I<br />

pensamento comparativo, tais como a analogia ou a metáfora, nas etapas do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, sobretudo na etapa pré-operatória, em que o pensamento<br />

comparativo é uma forma original e frequente que têm as crianças para se aproximar<br />

<strong>de</strong> uma situação em relação a uma situação mais familiar. Na opinião <strong>de</strong> Marti, essa<br />

forma é irredutível às formas <strong>de</strong>scritas por <strong>Piaget</strong>: a assimilação aos esquemas <strong>de</strong><br />

ação (<strong>de</strong>scrição pelo uso) ou <strong>de</strong>scrição analítica.<br />

A tese principal <strong>de</strong> <strong>Piaget</strong> sobre as relações entre correspondências e<br />

transformações é que as correspondências preparam as transformações, às quais vão<br />

se subordinar logo. O papel importante das correspondências consiste em dar o<br />

conhecimento dos conteúdos, analisando-os e proporcionando, pois, informações<br />

cada vez mais ricas, para que elas possam se aplicar às transformações.<br />

É interessante observar que a precocida<strong>de</strong> na psicogênese da ativida<strong>de</strong><br />

comparativa se opõe ao <strong>de</strong>scobrimento <strong>de</strong>morado na história das matemáticas<br />

das estruturas que <strong>de</strong>screvem essa ativida<strong>de</strong> comparativa. Esse resultado lembra<br />

os estudos <strong>de</strong> <strong>Piaget</strong> e Inhel<strong>de</strong>r sobre o espaço, os quais mostram que o espaço<br />

topológico é o último que se <strong>de</strong>scobre pelos matemáticos e é o mais precoce, na<br />

psicogênese. Tal fato evi<strong>de</strong>ncia uma tendência geral do conhecimento: a utilização<br />

cotidiana precoce <strong>de</strong> certas formas cognitivas, como as correspondências, que, por<br />

serem simples e <strong>de</strong> utilização geral, precisam <strong>de</strong> um certo tempo para ser tematizáveis<br />

e consi<strong>de</strong>radas como objetos <strong>de</strong> estudo.<br />

FUNÇÕES CONSTITUINTES E CAUSALIDADE<br />

Se a função é fonte das operações e da causalida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>mos esperar que,<br />

a partir do aspecto causal das ações, se <strong>de</strong>senvolvam funções <strong>de</strong> acordo com um<br />

processo evolutivo apoiado sobre as <strong>de</strong>pendências que existem entre os objetos<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> nós e já não sobre aquelas que nascem <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssas manipulações<br />

ou operações.<br />

Qual é a relação entre funções constituintes e o aspecto causal das funções?<br />

Os esquemas <strong>de</strong> ação <strong>no</strong> que concerne à signifi cação física ou causal apresentam<br />

formas gerais <strong>de</strong> funcionamento que se caracterizam pelos coor<strong>de</strong>nadores, em<br />

correspondência com os combinadores da lógica combinatória, entretanto, nesse<br />

caso, enquanto atribuídos aos objetos e não simplesmente utilizados pelo pensamento<br />

do sujeito.<br />

O coor<strong>de</strong>nador W’ (repetição) intervém <strong>no</strong> estabelecimento <strong>de</strong> leis. Para o<br />

sujeito, são os comportamentos do objeto que se repetem. Assim, ele está convencido,<br />

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