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VERMELHO 35
não havia Bernardim que me deitasse a barra
adiante! O que tem graça ó estar eu agora
aqui, no sertão do Brazil, tendo-me embarcado
em Lisboa como guarda marinha para
o cruzeiro de Africa ! O acaso tem ás vezes
brincadeiras!... Um capitão mercante
precisou em Angola de um ofiicial, que o
ajudasse a conduzir o seu navio ao Pará;
pediu-o ao governador, o governador mandou-o
fallar com o commandante da estação
naval, o commandante deitou discurso
aos ofiiciaes, e eu, que vivi sempre desejoso
de ver mundo, oftereci-me para esse serviço.
Embarquei na vespera da viagem, á
noite; o navio saiu de madrugada; e... escandalo
dos escandalos! o guarda marinha,
empregado no cruzeiro contra a escravatura,
achou-se segundo commandante de um
negreiro! Xinguem foge ao seu destino. Reconhecendo
o logro, quiz virar de bordo;
riram-se de mim, e obrigaram-me a trazer
duzentos pretos á costa do Pará! Chego a
terra, clamo contra ó capitão, e mettem-me
na cadeia por cumplicidade! Quando o cônsul
soube a historia e me foi reclamar, o negreiro
tinha desapparecido! Com que cara
iria eu apresentar-me aos meus camaradas?!
Fiz frente á posição cômica, em que me via,
c assentei de arranjar segunda parte ás minhas
aventuras. Um novo acaso permitte-me