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VERMELHO 57<br />

LOURENÇO, <strong>com</strong> altivez<br />

Eu sou juruna; minha mãe ó filha de um<br />

chefe mundurucu, descendente dos tapajós<br />

e dos cambebas; c meu pae vem da nobre<br />

raça dos tupys conquistadores; a nação a<br />

que pertenço vive livre da auctoridade dos<br />

brancos; o cedro não cresce nos areiaes<br />

onde os tapuios são servos.<br />

BRAZ<br />

Servos?!... E que procura o selvagem nas<br />

praias dos indios mansos?<br />

LOURENÇO<br />

O meu irmão sabe porque vão as aguas<br />

do lago para o rio? Porque andam noite e<br />

dia as correntes impetuosas do Amazonas,<br />

do Tapajós c do Xingu? Porque arrastam<br />

os ventos as folhas do jenipapeiro, espalhando-as<br />

pela campina, muito longe d'onde nasceram?<br />

Pois eu vim <strong>com</strong>o as correntes e <strong>com</strong>o<br />

as folhas das arvores. Porque vim?... não<br />

sei; a ilha fluctuante ou a tartaruga levadas<br />

ao collo do grande rio não sabem também<br />

para onde vão, nem quem as empurra;<br />

e deixam-se ir embaladas pelas ondas.<br />

BRAZ<br />

Não entendo o gentio.

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