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O CEDRO VERMELHO
um mocambo, o pediu-mo quo a largasse
novamente. Como cu lhe afiancei que o senhor
lhe não bateria, resignou-se a acompanhar-me
sem resistencia, protestando que não
tornaria a fugir.
Quando chegámos a casa, Carmello mandou-a
amarrar ao tronco de uma laranjeira,
e, apesar dos meus rogos e protestos, retalhar-lhe
o corpo com acoutes, dados com ramos
de cuieira verde! Findo este brutal castigo,
curaram-lhe os golpes com sal c vinagre,
e não me recordo se também com pimenta!
Pozeram-lhe uma corrente aos pés,
e durante dois dias esteve nua e exposta ao
sol, que lhe fazia deitar tanto suor como
sangue!
Ainda hoje me recordo com horror e magna
de a ter capturado, confiando que não
seria castigada; o grito de indignação que
soltei á vista de tamanha crueldade, íirmou,
desde esse momento, as minhas opinioes a
respeito da escravidão. Ali jurei, ante a infeliz
escrava atormentada, que faria guerra
a todo o transe e por todos os meios possíveis
a tão nefanda instituição. Ao barbaro
senhor disse, com uma audacia que espantou
a sua selvajaria, que nunca mais teria
por elle consideração nem respeito, e que se
a preta quizesse fugir novamente, eu tentaria
auxilia-la. A energia que me faltára até