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2*10 O CEDRO VERMELHO<br />

delia. O conselho de guerra eondemnou-o á<br />

morte, e só então o criminoso reconheceu, que<br />

a sua situação era grave. Appellou por isso<br />

da sentença para o presidente, (juc lhe poz<br />

este despacho:<br />

— «No caso do supplicante<br />

Não concedo appellação;<br />

Tendo morrido a cadella,<br />

Que morra também o cão.» — 1<br />

1 Esta anecdota faz lembrar a do poeta Marerc<br />

eom Xisto Y. Marerc fez uma satyra, em que era ultrajada<br />

a mulher de um empregado superior; este<br />

queixou-se ao papa, que mandou chamar o poeta<br />

á sua presença: —Por que tratastes <strong>com</strong>o meretriz<br />

uma dama que todos julgam virtuosa? Tendes<br />

motivos para vos queixardes d'ella? —Não, santo<br />

padre. —Então porque a calumniastes? —Precisava<br />

de uma rima e aehei-a no seu nome.<br />

Xisto V mordeu os beiços e perguntou-lhe: —E<br />

vós, senhor poeta, <strong>com</strong>o vos chamaes? —Marere,<br />

para servir a vossa santidade. —N'csse caso também<br />

me chega a minha vez de fazer versos; e <strong>com</strong>o<br />

o vosso nome me fornece a rima, quero experimentar<br />

:<br />

Vous méritez, seigneur Marere<br />

De ramer dans une galòre.<br />

(Vós mereceis, senhor Marere, de ir remar n'uma<br />

galé.)<br />

Pronunciada a sentença, foram inúteis todas as<br />

supplicas feitas pelos parentes e amigos do culpado.<br />

— Arasao e a rima concordam tao raras vezes<br />

na poesia —respondia o papa— que é preciso apro-

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