LIV T34862 (com OCR).pdf

192
O CEDRO VERMELHO
Das nove para as dez horas concluía-se
a primeira parte do trabalho, e voltavamos
a casa para almoçar. O almoço compunhase,
em geral, de papas de farinha de mandioca
(mingau) ou pirarecú assado com farinha
secca. Jantar e ceia, o mesmo, para
variar. Quem queria peixe e caça precisava
arranja-la no domingo para toda a semana,
ou perder horas de trabalho, indo caçar e
pescar.
Depois do almoço principiávamos a apanhar
o leite 1111111 balde ou cabaço monstruoso,
revestido de cipós entrançados, e tendo
a boca muito pequena para evitar que o liquido,
dotado de grande elasticidade, saltasse
fora com os movimentos que faziamos
caminhando. As tigelinhas despejadas mettiani-se
umas dentro de outras, arrumavamse
ao pó das arvores sobre o girau, e cobriam-se
para que a chuva as não destruísse.
Ao meio c 1; a tínhamos acabado esta segunda
operação e voltavamos á feitoria. Ali mettia-se
cada um de nós ir unia pequenina choupana,
que antecipadamente havíamos construído;
accendia o lumeiio chão, colloeando
sobre elle uni vaso de barro, do feitio dos
que em Portugal chamamos tigela da casa,
com o fundo para o ar; e por um buraco
redondo, que havia d'esse lado, mettiam-se
caroços de urucuri, até sair um fumo branco