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O CEDRO
Mulher e branca, apaixonada por um indio!...
Com que delicias os hypocritas civilisados
proclamariam simiíhante escandalo, se cu
não vivesse ignorada n'estas selvas quasi
virgens?! Felizmente, estou livre d elles! 0
servilismo e a vida pautada, a que são condemnadas
as mulheres da minha condição,
nas villas e cidades, repugnam á minha natureza.
Que importa que me chamem selvagem?
Em vez da escravidão, imposta ao meu
sexo pela tyrannia social, vivo a meu gosto,
na amplidão dos lagos, entre as magnificências
das florestas! Para as pobres captivas
das salas, as obrigaçoes e deveres, que as
peiam como os troncos onde prendemos os
nossos escravos; para mim, a liberdade completa,
a satisfação de todos os meus desejos
e aspirações, a faculdade dc me interessar
desaflrontadamente por tudo quanto é grande
e nobre, e de seguir o ideal que mais apraz á
minha phantasia !... (.Senta-so no canapé.) A vinda
do português c o pensamento que esse facto
de spertou em meu tio perturbam agora a
corrente serena da minha existencia!... Eu
não posso casar com o homem dc cor?...
1' alta-mc acaso o animo para vencer a preoccupação,
que intimida o orgulho e a vaidade
fominina? Não; mas, desde que o meu amor
»aixasse das espheras superiores onde vivem
as concepções sublimes, enver&'onhar-mc-ia
/ O