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O conceito trata<strong>do</strong> por Dumont (1985), no entanto, não define o individualismo desta<br />

maneira. Este autor percebe que, antes de haver uma contraposição, ou alguma forma de<br />

negligência, existe uma ideologia, uma formatação social coerente.<br />

A visão de alguns autores cont<strong>em</strong>porâneos também d<strong>em</strong>onstra o individualismo não<br />

como um valor que gera contraposição ferrenha entre individuo e sociedade. Vê<strong>em</strong> de maneira mais<br />

complexa, como Velho (1999) que percebe o contexto individualiza<strong>do</strong>r como aquele <strong>em</strong> que se<br />

focaliza o indivíduo biológico como unidade <strong>em</strong> torno da qual se desenvolve um sist<strong>em</strong>a de<br />

referencias e não um valor <strong>em</strong> detrimento a outros. Ou Elias (1994), que acredita no individualismo<br />

enquanto a culminância de um processo de<br />

autoconsciência de pessoas, que foram obrigadas a a<strong>do</strong>tar um grau elevadíssimo de<br />

refreamento, controle afetivo, renuncia e transformação <strong>do</strong>s instintos, e que estão<br />

acostumadas a relegar grande número de funções, expressões instintivas e desejos a<br />

enclaves privativos de sigilo, afasta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> olhar <strong>do</strong> „mun<strong>do</strong> externo‟, ou até aos<br />

porões de seu psiquismo, ao s<strong>em</strong>iconsciente ou inconsciente.(ELIAS, 1994, p. 32)<br />

Para este autor, é a tensão entre duas esferas internas <strong>do</strong> individuo (por um la<strong>do</strong> ordens<br />

e proibições sociais que a pessoa introjeta como se foss<strong>em</strong> seu autocontrole e por outro os instintos<br />

ou inclinações recalca<strong>do</strong>s ou não controla<strong>do</strong>s) que levam o indivíduo a achar que existe<br />

internamente, s<strong>em</strong> relações com os outros, <strong>do</strong> la<strong>do</strong> externo.<br />

Ainda na perspectiva de Elias (1994), o reflexo teórico <strong>do</strong> intenso conflito que algumas<br />

pessoas sent<strong>em</strong> internamente, é projeta<strong>do</strong> pela sua consciência no mun<strong>do</strong>, como um abismo<br />

existencial e um eterno conflito entre indivíduo e sociedade, que na verdade se trata de uma balança<br />

entre as percepções “nós-eu” (particular e coletivo), e tende neste momento para uma centralização<br />

maior <strong>do</strong> individuo, mesmo que a observação <strong>do</strong> “nós” seja também existente.<br />

Já Gouveia (2003), analisa através de estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s pela chamada “Psicologia<br />

Trans-Cultural”, que o individualismo deve ser trata<strong>do</strong> por meio de escalas multifatoriais, existin<strong>do</strong><br />

tipos específicos de individualismo. Como ex<strong>em</strong>plo, pode-se perceber o protoindividualismo, que<br />

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