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(...) isto se reflete <strong>em</strong> um eu independente e diferente <strong>do</strong>s d<strong>em</strong>ais; aceita-se a baixa<br />
igualdade ao passo que é dada máxima importância ao senti<strong>do</strong> de liberdade,<br />
definin<strong>do</strong> uma típica d<strong>em</strong>ocracia de merca<strong>do</strong>. As pessoas que segu<strong>em</strong> esta<br />
orientação quer<strong>em</strong> ser distintas, adquirin<strong>do</strong> status social. Faz<strong>em</strong> isso geralmente <strong>em</strong><br />
competições com os outros. No caso <strong>do</strong>s coletivistas, traduz-se no senti<strong>do</strong> de servir<br />
aos outros, fazer sacrifícios <strong>em</strong> benefício <strong>do</strong> seu próprio grupo de pertença e<br />
cumprir suas obrigações impostas como normas sociais. (GOUVEIA, 2003, p.<br />
225).<br />
Com base no exposto, se identifica a característica principal apresentada pela pessoa<br />
que a<strong>do</strong>ta cada orientação: “Individualismo horizontal: Único; Individualismo vertical: Orienta<strong>do</strong><br />
ao êxito; Coletivismo horizontal: Cooperativo; e Coletivismo vertical: Cumpri<strong>do</strong>r” (Triandis 7 , 1995<br />
apud Gouveia, 2003, p. 225).<br />
O autor delimita também que apesar <strong>do</strong> individualismo horizontal significar se manter<br />
afasta<strong>do</strong> ou mesmo não se identificar com os en<strong>do</strong>grupos, no Brasil “os d<strong>em</strong>ais fatores <strong>do</strong><br />
individualismo não significam uma renuncia ao contato social, ou a identificação com en<strong>do</strong>grupos<br />
secundários (amigos, companheiros e visinhos)” (Gouveia, 2002, p. 211) 8 .<br />
Velho (1999) corrobora <strong>em</strong> parte com estas dimensões sobre o individualismo, quan<strong>do</strong><br />
delineia suas duas principais modalidades: o prestigio e a ascensão. A primeira trata de uma<br />
avaliação hierárquica, dentro de categorias b<strong>em</strong> definidas de um determina<strong>do</strong> modelo e a segunda<br />
define a sua outra faceta, qual seja: a transformação e mudança <strong>do</strong> individuo, tanto <strong>em</strong> termos de<br />
trajetória individual quanto de contexto social.<br />
Existe, portanto, uma relação entre a atribuição vertical tratada por Gouveia (2003) e a<br />
ascensão definida por Velho (1999): ambas tratam de uma mudança de atribuição de valor <strong>do</strong><br />
individuo na sociedade. Assim, o indivíduo poderia ascender socialmente e teria uma atribuição<br />
hierárquica mais positiva que o posto ocupa<strong>do</strong> anteriormente pelo mesmo. No mesmo senti<strong>do</strong>, a<br />
pessoa pode ter uma atribuição hierárquica negativa, se decrescer para um degrau social<br />
7 Triandis, H. C. Individualism and collectivism. Boulder, CO: Westview Press, 1995.<br />
8 Como define ainda Gouveia (2002), a pessoa pode ser orientada principalmente pelo individualismo, mas s<strong>em</strong><br />
renunciar às relações sociais, principalmente aquelas que se encontram <strong>em</strong> âmbitos mais informais, como<br />
companheiros de estu<strong>do</strong> e trabalho.<br />
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