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que poderiam ser percebidas somente <strong>em</strong> uma esfera social mais ampliada. Já Durkheim, (1999),<br />
entendia o meio profissional como preponderante e não coincidente com o meio territorial ou<br />
familiar. Ao contrário, notava Durkheim (1999), tende a substituição <strong>do</strong>s outros, à valorização da<br />
<strong>em</strong>presa <strong>em</strong> detrimento das d<strong>em</strong>ais escalas sociais. A organização visaria simplesmente o<br />
envolvimento total <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r, sua dedicação à <strong>em</strong>presa preponderant<strong>em</strong>ente.<br />
Nesse senti<strong>do</strong>, para Silva (2004), o envolvimento <strong>do</strong> individuo com a organização será<br />
negocia<strong>do</strong>, e dependerá <strong>do</strong> formato e senti<strong>do</strong> das negociações <strong>do</strong>s diversos espaços priva<strong>do</strong>s deste<br />
tipo, como o ramo de atividade, <strong>em</strong>presas, funções, características <strong>do</strong>s funcionários, etc. A<br />
perspectiva da negociação e <strong>do</strong> envolvimento com a organização, denotam certa porosidade das<br />
fronteiras entre coletivo e individual.<br />
Enquanto a negociação pressupõe diferenças entre as partes, a noção de envolvimento<br />
pressupõe certo pen<strong>do</strong>r comunitarista:<br />
a negociação caminha no senti<strong>do</strong> de que as partes conflitantes encontr<strong>em</strong> um<br />
parâmetro coletivo que sirva de referência para categorias inteiras de<br />
representa<strong>do</strong>s; o envolvimento é individualizante e flui<strong>do</strong>, por causa <strong>do</strong> arbitrário<br />
que informa seu conteú<strong>do</strong>: qual é a marg<strong>em</strong> para que alguém defina a si mesmo<br />
como „envolvi<strong>do</strong>‟ ou para que o proponente sinta-se satisfeito com o<br />
„envolvimento‟ ofereci<strong>do</strong> pela contraparte?(...) Dir<strong>em</strong>os que a negociação está<br />
dentro <strong>do</strong> campo s<strong>em</strong>ântico <strong>do</strong> contratualismo, enquanto o envolvimento está<br />
dentro <strong>do</strong> campo s<strong>em</strong>ântico da pessoalização e <strong>do</strong> arranjo ad hoc, <strong>em</strong> vez <strong>do</strong> direito<br />
(SILVA, 2004, p. 11).<br />
Silva (2004), nota ainda que, s<strong>em</strong>pre houve processos que atrapalhavam a noção de<br />
“classe de trabalha<strong>do</strong>res”: clivagens sociais operadas pelas diferenças de raça, gênero,<br />
nacionalidade. Na cont<strong>em</strong>poraneidade, porém, a classe trabalha<strong>do</strong>ra experimentou uma relativa<br />
estabilidade, de 1945 a 1975, onde <strong>em</strong>prego e salário somavam energias, levan<strong>do</strong> os sindicatos a<br />
conter as forças fragmenta<strong>do</strong>ras da identidade coletiva da classe trabalha<strong>do</strong>ra. Logicamente, porém,<br />
este perío<strong>do</strong> representa uma pequena parcela <strong>do</strong>s acontecimentos político-econômicos da história da<br />
humanidade e, mostra que “na verdade, ocorre o contrário: a identidade de classe é a exceção, pois<br />
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