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mortos” de operação e alto controle sobre os indivíduos, submeti<strong>do</strong>s a uma velocidade ditada pela<br />

<strong>em</strong>presa), mas com uma sofisticação maior.<br />

Além disso, levar o indivíduo a um trabalho com produtividade máxima, tensionan<strong>do</strong> ao<br />

limite, transmite razoavelmente a exasperação utilitarista compreendida ainda no panóptico, de<br />

Bentham (1787). “Apenas, o máximo. Quer dizer, o útil pelo útil: não é esta a lei que vimos, ao<br />

longo de tu<strong>do</strong>, reinar sobre as construções benthamianas? Tu<strong>do</strong> deve ser útil, relacionar-se com<br />

outra coisa além de si mesma, servir” (MILLER, 2000, p. 98).<br />

Visa-se racionalizar, utilizar os recursos de forma que contribuam ao nível mais<br />

culminante possível. Outro artifício benthamiano que pode ser percebi<strong>do</strong> é a fragmentação da classe<br />

de trabalha<strong>do</strong>res <strong>em</strong> grupos, com a intenção de conhecer melhor os detalhes, de utilizar e reutilizar<br />

suas forças. Individualiza-se e cataloga-se o des<strong>em</strong>penho (conhecimentos, habilidades, atitudes,<br />

resulta<strong>do</strong>s anteriores) e características de to<strong>do</strong>s (sexo, cor, idade, esta<strong>do</strong> civil, etc.) tu<strong>do</strong><br />

minuciosamente guarda<strong>do</strong> <strong>em</strong> bancos de da<strong>do</strong>s. “É o poder de individualização que t<strong>em</strong> o exame 26<br />

como instrumento fundamental” (FOUCAULT, 1979, p. 107) e leva a individualidade a se tornar<br />

el<strong>em</strong>ento pertinente para o exercício <strong>do</strong> poder.<br />

Entre o ideal de produtividade e a realidade, as <strong>em</strong>presas tentam fugir da possibilidade<br />

de alteração <strong>do</strong>s seus planos devi<strong>do</strong> à interação com o “fator humano”, através de um sist<strong>em</strong>a<br />

complexo, que visa um controle fino das pessoas, ou como delimita Silva (2004), o controle<br />

individualiza<strong>do</strong> <strong>do</strong>s opera<strong>do</strong>res, através de fichas <strong>do</strong>s des<strong>em</strong>penhos particulares. “O<br />

acompanhamento da performance <strong>do</strong> trabalho segue de perto to<strong>do</strong>s e cada um” (SILVA, 2004, p.<br />

22).<br />

Por esta via, fica claro que as <strong>em</strong>presas na atualidade têm mais uma conexão com o<br />

ideal panóptico: a visibilidade. O propósito é a comparação entre o indivíduo particular e os grupos,<br />

26 De acor<strong>do</strong> com as análises de Foucault (1979) o exame é observa<strong>do</strong> como a vigilância permanente, classificatória,<br />

que permite distribuir os indivíduos, julgá-los, medi-los, localizá-los e, por conseguinte, utilizá-los ao máximo.<br />

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