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Isso, além de tornar ainda mais singulariza<strong>do</strong> o cidadão urbano, contribuiu sobr<strong>em</strong>aneira para a<br />

continuidade <strong>do</strong> rompimento de seus laços com o espaço.<br />

Elias (1994) percebe que na medida <strong>em</strong> que a transferência de funções relativas à<br />

proteção e controle <strong>do</strong> indivíduo vão sen<strong>do</strong> transferidas de pequenos grupos (como guildas, tribos,<br />

paróquias, feu<strong>do</strong>s e pequenos Esta<strong>do</strong>s) para Esta<strong>do</strong>s altamente centraliza<strong>do</strong>s e urbaniza<strong>do</strong>s, as<br />

pessoas adultas quebram laços com grupos locais próximos, basea<strong>do</strong>s na consangüinidade, e há o<br />

rompimento da coesão de grupos.<br />

Ainda de acor<strong>do</strong> com Elias (1994), os indivíduos eram controla<strong>do</strong>s pela presença<br />

constante <strong>do</strong>s outros, o saber-se liga<strong>do</strong> a eles pelo resto da vida e o me<strong>do</strong> direto. Assim, para o<br />

autor, os sujeitos se vê<strong>em</strong> a cada vez mais autônomos quanto às decisões antes envolvidas durante a<br />

vida inteira pelas comunidades locais. Nesse senti<strong>do</strong>, ampliam-se consideravelmente as opções, que<br />

impel<strong>em</strong> a uma particularização crescente. E esta alteração levaria também a uma maior<br />

diversificação <strong>do</strong>s comportamentos humanos, agora menos controla<strong>do</strong>s pelos pequenos grupos.<br />

No entanto, a análise realizada por este autor é contrabalanceada por Foucault (1979).<br />

Este não acredita que uma “ausência” de controle impeliu a uma individualização (que por sua vez<br />

seria contrária aos mecanismos <strong>do</strong> poder), mas sim, que estes mecanismos <strong>do</strong> controle disciplinar<br />

têm sua força máxima na particularização 22 , nos corpos e suas relações, através de uma subjetivação<br />

específica. Os mecanismos da disciplina estatais d<strong>em</strong>andam, reforçam e utilizam-se da<br />

individualização.<br />

Ou seja, o indivíduo não é o outro <strong>do</strong> poder: é um de seus primeiros efeitos. O<br />

indivíduo é um efeito <strong>do</strong> poder e simultaneamente, ou pelo próprio fato de ser um<br />

efeito, é seu centro de transmissão, o poder passa através <strong>do</strong> indivíduo que ele<br />

constitui (FOUCAULT, 1979, p. 183).<br />

22 Nas palavras <strong>do</strong> autor: “as disciplinas funcionam cada vez mais como técnicas que fabricam indivíduos úteis”<br />

(FOUCAULT, 1977, p. 185).<br />

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