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ou ciclos principais de acumulação: o genovês, o holandês, o britânico e por fim o norte-americano,<br />
mas to<strong>do</strong>s decorreram <strong>do</strong> atrelamento <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> e da acumulação financeira derivada de variáveis<br />
específicas <strong>do</strong> momento vivi<strong>do</strong> <strong>em</strong> cada uma dessas etapas.<br />
O que impulsionou a prodigiosa expansão da economia mundial capitalista <strong>do</strong>s<br />
últimos 500 anos, <strong>em</strong> outras palavras, não foi a concorrência entre Esta<strong>do</strong>s como<br />
tal, mas essa concorrência aliada a uma concentração cada vez maior <strong>do</strong> poder<br />
capitalista no sist<strong>em</strong>a mundial como um to<strong>do</strong> (ARRIGHI, 1996, p. 13).<br />
Tanto Arrighi (1996) quanto Dobb (1988) acreditam <strong>em</strong> um profun<strong>do</strong> enlace (e até<br />
mesmo certa dependência) entre o sist<strong>em</strong>a capitalista e o esta<strong>do</strong>. Mas suas convergências não<br />
ultrapassam <strong>em</strong> muito este ponto principal.<br />
Para Dobb (1988), exist<strong>em</strong> diversos autores que tentam delimitar o capitalismo, através<br />
de diversos matizes. Uma primeira abordag<strong>em</strong> seria aquela <strong>em</strong> que se observa o sist<strong>em</strong>a enquanto<br />
uma totalidade de características representadas pelo “espírito” que t<strong>em</strong> inspira<strong>do</strong> a vida de<br />
determinada época. Por esta via, <strong>em</strong> diversos momentos da história se observaria um conjunto de<br />
atitudes econômicas diferentes, e um “espírito” específico 13 criou a atitude e o sist<strong>em</strong>a econômico<br />
<strong>em</strong> questão. Concordariam com esta linha: Sombart (1928) 14 e Weber (2001), entre outros.<br />
A segunda possibilidade tratada pelo autor, referente às abordagens que tentam definir o<br />
capitalismo, é aquela <strong>em</strong> que se contrapõ<strong>em</strong> o regime da antiga guilda artesanal, onde o artesão<br />
vendia seus produtos a varejo no merca<strong>do</strong> da cidade e uma organização da produção para merca<strong>do</strong>s<br />
distantes, <strong>do</strong>nde já se encontram presentes atacadistas e a perseguição a um lucro presumivelmente<br />
irrestrito. Assim, o capitalismo estaria presente já quan<strong>do</strong> os atos de produção e venda a varejo se<br />
separam <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po e espaço pela intervenção de um grande negociante que adiantava dinheiro no<br />
13 De acor<strong>do</strong> com o autor “tal espírito é uma síntese <strong>do</strong> espírito de <strong>em</strong>preendimento ou aventura entr<strong>em</strong>istura<strong>do</strong> com o<br />
„espírito burguês‟ de prudência e racionalidade”(Dobb, 1988, p. 6).<br />
14 SOMBART. Der Moderne Kapitalismus. 1928.<br />
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