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Enquanto se trata de ascensão ou crescimento social, pode-se analisar como<br />
relacionadas a um ideário de “progresso como lei da vida e <strong>do</strong> aperfeiçoamento constante como<br />
esta<strong>do</strong> normal de qualquer sociedade sadia” (DOBB, 1988, p. 184) nesta medida, o indivíduo não<br />
somente deve poder crescer, o crescimento é o ideal quimérico busca<strong>do</strong> pelos que estão envolvi<strong>do</strong>s<br />
na sociedade pelo capitalismo. Há aqui a conexão direta com o individualismo quantitativo, trata<strong>do</strong><br />
por Triands (1995) como vertical e por Velho (1999) como um individualismo volta<strong>do</strong> para a<br />
ascensão;<br />
A possibilidade de diferenciação gera ligaduras por meio das diversas profissões que<br />
perpassadas pelo ideal de trabalha<strong>do</strong>r padroniza<strong>do</strong>, são meios de tornar<strong>em</strong> os indivíduos<br />
qualitativamente diferentes, se tornar<strong>em</strong> específicos, únicos. A pergunta que o trabalha<strong>do</strong>r faz,<br />
parece s<strong>em</strong>pre dizer respeito a qual profissão deve seguir. Encontra-se imanente a idéia de trabalhar,<br />
mas exist<strong>em</strong> profissões de melhor ou pior conceito, mesmo diante de recompensas iguais. São<br />
tratadas por Triands (1995) e Velho (1999) respectivamente como individualismo horizontal e<br />
prestígio.<br />
A divisão <strong>do</strong> trabalho se torna relevante à medida que d<strong>em</strong>anda <strong>do</strong> indivíduo<br />
velocidade certa para acompanhar as máquinas e um tipo de ação peculiar para corresponder às<br />
necessidades daquele trabalho específico. Leva o indivíduo a uma fragmentação ainda maior de sua<br />
interioridade, agora alienada, pois se antes, enquanto artesão ou servo tinha uma noção de to<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />
relação ao processo de produção, conhecen<strong>do</strong> etapas e resulta<strong>do</strong>s finais, agora não conhece o<br />
porquê de suas ações, estan<strong>do</strong> subordina<strong>do</strong> a necessidades que esvaziam seu próprio devir;<br />
Com relação à última característica, retratada pela necessidade de mobilidade <strong>do</strong><br />
indivíduo, que se torna traço fundamental ao capitalismo, seu papel é extr<strong>em</strong>amente relevante na<br />
desconexão e fragmentação <strong>do</strong> indivíduo, antes conecta<strong>do</strong> a terra e tradição, mas agora obriga<strong>do</strong> a<br />
se mover para acompanhar a dinâmica <strong>do</strong> capital. Por esta via se percebe novamente o<br />
multifacetamento <strong>do</strong> indivíduo, entre ideais burgueses e capitalistas, tradicionais e racionais;<br />
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