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fazen<strong>do</strong> com que se torn<strong>em</strong> conheci<strong>do</strong>s os mais produtivos e também os de menor performance para<br />

a organização. Dessa maneira, se instala na organização um ideal de competitividade e de valoração<br />

<strong>do</strong>s melhores, mas não somente entre <strong>em</strong>presas, e sim entre os próprios m<strong>em</strong>bros <strong>do</strong> grupo,<br />

agregan<strong>do</strong> pressão ao sist<strong>em</strong>a.<br />

O controle a partir desta pr<strong>em</strong>issa reforça a individualização através da competição e da<br />

visibilidade. Pela dimensão da visibilidade, o ideal de controle onipresente induz o ser humano a se<br />

perceber no espaço trabalhan<strong>do</strong> <strong>em</strong> grupo, mas controla<strong>do</strong> individual e minuciosamente pela<br />

<strong>em</strong>presa. Isola-se, pela necessidade de controlar-se, de voltar-se a si, de saber como está <strong>em</strong> relação<br />

ao deseja<strong>do</strong> pela organização que conhece a realidade de seu des<strong>em</strong>penho.<br />

Na dimensão da competição, percebe-se que um sujeito tolhi<strong>do</strong> pelo para<strong>do</strong>xo da<br />

realidade organizacional: pode ser ajuda<strong>do</strong> e ajudar colegas, que a um mesmo t<strong>em</strong>po são<br />

concorrentes. A cada momento é compeli<strong>do</strong> à realização de resulta<strong>do</strong>s grupais cujo seu resulta<strong>do</strong><br />

pode ser importante ou até preponderante (o que aumenta sua culpabilidade, já que é responsável<br />

pela meta também <strong>do</strong> grupo), a cada momento dependente mais de um conjunto que pode estar<br />

repleto de oponentes. Isola-se, o indivíduo, pela frugalidade das relações com o grupo.<br />

A questão entre coletivo e individuo se distorce, trazen<strong>do</strong> mais uma vantag<strong>em</strong> à<br />

<strong>em</strong>presa: a adequação à sua estrutura, como preponderante. Silva (2004), entende que, através das<br />

tendências de trabalhos <strong>em</strong> grupo, <strong>em</strong> equipes, times ou células de produção, que d<strong>em</strong>onstram uma<br />

tentativa de quebra das solidariedades civis clássicas, consagradas pelo antagonismo de classes,<br />

acontece uma construção de solidariedades baseadas na <strong>em</strong>presa. E neste mesmo movimento, a<br />

relação <strong>do</strong> opera<strong>do</strong>r com o trabalho t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> muito mais valorizada.<br />

Para o autor, se pode identificar a transformação <strong>em</strong> curso, que consiste na substituição<br />

da referência coletiva da classe de trabalha<strong>do</strong>res pela referência individual <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r dentro da<br />

organização e, para além disso: uma tendência de separação entre o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho e o mun<strong>do</strong><br />

fora <strong>do</strong>s muros da fábrica, reproduzin<strong>do</strong> modalidades de privatização <strong>do</strong> público dentro da <strong>em</strong>presa,<br />

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