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individuo não eram a causa, mas o meio de se perceber seu esta<strong>do</strong> de graça. Enquanto obras, pode-<br />

se inclusive perceber o trabalho, que atrela<strong>do</strong> à idéia de vocação, el<strong>em</strong>ento importante da ideologia<br />

protestante, engajou ainda mais o ser humano na vida terrena.<br />

De acor<strong>do</strong> com Weber (2001), Alia<strong>do</strong> a idéia de vocação, o trabalho veio a ser<br />

considera<strong>do</strong> <strong>em</strong> si a própria finalidade da vida ordenada por Deus. Era condenável, no entanto, a<br />

utilização da acumulação para a perda de t<strong>em</strong>po na vida social, <strong>em</strong> conversas ociosas, <strong>em</strong> luxos e<br />

mesmo <strong>em</strong> <strong>do</strong>rmir mais que o necessário. Sobrava então ao individuo trabalhar na sua vocação, para<br />

a glória de Deus. Na ética quaker 9 , a vida <strong>do</strong> hom<strong>em</strong> na sua vocação é um exercício da virtude<br />

ascética e uma prova <strong>do</strong> seu esta<strong>do</strong> de graça diretamente para sua consciência 10 . Na percepção<br />

luterana,<br />

o único mo<strong>do</strong> de vida aceitável por Deus não era o superar a moralidade mundana<br />

pelo ascetismo monástico, mas unicamente, o cumprimento das obrigações<br />

impostas ao individuo pela posição no mun<strong>do</strong>. Esta era sua vocação. O<br />

cumprimento <strong>do</strong>s deveres mundanos é, <strong>em</strong> todas as circunstâncias, o único mo<strong>do</strong><br />

de vida aceitável por Deus. (WEBER, 2001, p. 65).<br />

Na ideologia <strong>do</strong> luteranismo ainda de acor<strong>do</strong> com Weber (2001), a busca pelo individuo<br />

da profissão correta era um mandamento divino até mesmo de caráter impositivo. Em se tratan<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

pietismo, apesar <strong>do</strong> mesmo ter um el<strong>em</strong>ento <strong>em</strong>ocional, era ainda porta<strong>do</strong>r de certo racionalismo, e<br />

seu ascetismo também fortalecia o trabalho. Diante disso, “o desenvolvimento metódico <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />

de graça para graus s<strong>em</strong>pre mais altos de certeza e perfeição era um sinal de graça” (Weber, 2001,<br />

p. 98) e a providencia divina trabalhava <strong>em</strong> função <strong>do</strong>s que estivess<strong>em</strong> no esta<strong>do</strong> da perfeição, o<br />

que, alia<strong>do</strong> à idéia de vocação, d<strong>em</strong>onstrava que aqueles que tinham sucesso no trabalho, eram<br />

eleitos e abençoa<strong>do</strong>s. Já no calvinismo, como define o autor,<br />

9<br />

Uma das diversas seitas protestantes definidas por Weber(2001), assim como o pietismo, o luteranismo, entre outras<br />

citadas neste texto.<br />

10<br />

Nessa medida, o trabalho <strong>do</strong> sujeito era a comprovação de seu esta<strong>do</strong> de graça e sua subserviência a Deus para si<br />

mesmo.<br />

31

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