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vigora durante poucos perío<strong>do</strong>s, <strong>em</strong> geral aqueles perío<strong>do</strong>s de „regulação‟, <strong>em</strong> vez de crise”<br />

(SILVA, 2004, p. 15).<br />

Além da probl<strong>em</strong>ática da referência a uma classe, as pessoas no interior das <strong>em</strong>presas se<br />

vê<strong>em</strong> ainda mais fragmentadas, como percebe Silva (2004), pelo aumento <strong>do</strong> ritmo de trabalho,<br />

conquista<strong>do</strong> através da redução <strong>do</strong> número de ajudantes e a “polivalência” <strong>do</strong>s que restaram, os<br />

bônus por produtividade e o redesenho das células de produção (<strong>em</strong> formato de “U”, para facilitar o<br />

deslocamento das pessoas entre os processos).<br />

O aumento da velocidade de produção divide ainda mais os grupos entre melhores e<br />

piores. A velocidade e a competição são ampliadas ainda, pelos prêmios e pela disputa entre turnos,<br />

que agrega mais um fator de divisão: pessoas diferentes transitan<strong>do</strong> constant<strong>em</strong>ente no mesmo local<br />

de trabalho.<br />

Note-se que o sist<strong>em</strong>a de células, cuja retórica enfatiza a necessidade de perenidade<br />

nas relações sociais internas ao grupo, choca-se com o vai-e-v<strong>em</strong> mais ou menos<br />

constante <strong>do</strong>s operários entre turnos, o que não seria saudável para a constituição<br />

de uma sociabilidade própria à célula (SILVA, 2004, p. 26).<br />

T<strong>em</strong>-se no ambiente de trabalho uma contradição: coletivo <strong>em</strong> competição, grupo <strong>em</strong><br />

fragmento. A diferenciação é preponderante, a competição e a fragmentação, ressaltadas.<br />

O individuo ainda vive pressiona<strong>do</strong> não apenas pela corporação capitalista, mas sim,<br />

entre as contradições inerentes a esta (que não existe para gerar b<strong>em</strong> estar, mas sim, lucro) e a<br />

arriscada questão de não estar trabalhan<strong>do</strong>. “O que está na base <strong>do</strong> comportamento de competição e<br />

de sua tendência subjacente de fragmentação <strong>–</strong> <strong>em</strong> vez de solidariedade <strong>–</strong> <strong>do</strong> coletivo operário é a<br />

insegurança representada pelo merca<strong>do</strong> de trabalho” (SILVA, 2004, p. 22). Configura-se na<br />

organização, a eterna vigilância e a prontidão permanente para não perder o seu lugar no merca<strong>do</strong><br />

de trabalho. Isso leva o trabalha<strong>do</strong>r a perder ainda mais vínculos com os outros, fixan<strong>do</strong>-se<br />

sobr<strong>em</strong>aneira à <strong>em</strong>presa.<br />

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