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Weber (2001), percebe que o individuo se afirmou fort<strong>em</strong>ente no mun<strong>do</strong> sob influência<br />

da religião, mais especificamente sob a luz <strong>do</strong> protestantismo. Na cont<strong>em</strong>poraneidade, no entanto,<br />

parece lógico o fato de que a igreja é apenas um grupo (<strong>do</strong>s diversos) com qu<strong>em</strong> as pessoas mantêm<br />

relações, ou mesmo que, como define o autor, as pessoas imbuídas <strong>do</strong> espírito <strong>do</strong> capitalismo<br />

tend<strong>em</strong> hoje a ser indiferentes, senão hostis a igreja, recorren<strong>do</strong> a estas ou a qu<strong>em</strong> representam<br />

somente <strong>em</strong> momentos que julgam necessários.<br />

Mas uma gama de evidências reforça que, até determina<strong>do</strong> ponto a humanidade esteve<br />

como que atrelada a referências que tangenciavam o individuo, mas não efetivamente o eram. Até<br />

mesmo <strong>em</strong> um perío<strong>do</strong> não muito distante daquele onde <strong>em</strong>ergiu o protestantismo, o centro de<br />

influencias humano não era principalmente o ser, mas organismos socialmente construí<strong>do</strong>s, como a<br />

igreja.<br />

Para um t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que o além significava tu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> a posição social de um<br />

cristão dependia de sua admissão à comunhão, os clérigos com seu mistério, a<br />

disciplina da igreja e a pregação, exerciam uma influência (que pode ser apreciada<br />

nas coleções Consilia, Casus Conscientiae, etc.) que nós, homens modernos somos<br />

totalmente incapazes de imaginar. (WEBER, 2001, p. 113).<br />

Diante de tamanha influência, seria de relativa dificuldade a transição de um referencial<br />

para outro, de um mun<strong>do</strong> basea<strong>do</strong> <strong>em</strong> “superstições” ou mesmo a religião, para um mun<strong>do</strong> onde o<br />

individuo percebe nas pessoas particulares o principal sist<strong>em</strong>a de valores. Ao analisar algumas<br />

grandes seitas religiosas que influenciaram a concepção protestantista, no entanto, nota-se alguma<br />

alteração no formato de certas referências subjetivas.<br />

Nas seitas batistas, afirma Weber (2001), somente adultos que tivess<strong>em</strong> adquiri<strong>do</strong> sua<br />

própria fé poderiam tomar posse <strong>do</strong> seu <strong>do</strong>m da salvação através <strong>do</strong> batismo. Mas isso unicamente<br />

ocorreria mediante revelação individual <strong>do</strong> espírito divino e viria somente diante da não resistência<br />

<strong>do</strong> indivíduo a sua vida, com um apego pecaminoso ao mun<strong>do</strong>. Isso era traduzi<strong>do</strong> com uma rígida<br />

observância <strong>do</strong>s preceitos bíblicos e um repúdio absoluto à i<strong>do</strong>latria da carne. No limite, levou<br />

mesmo a seita <strong>do</strong>s quakers a eliminação <strong>do</strong> batismo e da religião. Emerge nesta seita também a<br />

idéia de consciência individual, e o papel da ação <strong>do</strong> individuo se torna tão relevante, que, “só a luz<br />

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