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Com base nas afirmativas da tabela 05, fica níti<strong>do</strong> que as pessoas se avistam como parte de<br />
um grupo uni<strong>do</strong>, que chega a interferir nas percepções de realidade ou separação entre coletivo e<br />
individual, pois exist<strong>em</strong> pessoas que falam que são a cooperativa, d<strong>em</strong>onstran<strong>do</strong> o quanto a noção<br />
de participação é forte no grupo. Esta noção perfaz 09 das 12 possibilidades de respostas.<br />
Os coopera<strong>do</strong>s também são perpassa<strong>do</strong>s por sentimentos fortes, por uma conexão <strong>em</strong>otiva,<br />
como d<strong>em</strong>onstram a contag<strong>em</strong> de 07 respostas na categoria afetividade. As informações internas a<br />
esta, permit<strong>em</strong> notar que as pessoas também estão ali porque gostam, porque têm vínculos<br />
sentimentais com o que a cooperativa representa para os mesmos. Estas dimensões contrariam<br />
Durkheim (1999), para qu<strong>em</strong> a exist<strong>em</strong> somente <strong>do</strong>is tipos de solidariedade: a mecânica, que liga o<br />
individuo diretamente ao grupo devi<strong>do</strong> a similitudes, e a mecânica que cria relação de dependência<br />
<strong>do</strong> individuo com as partes que compõe a sociedade através da especialização e divisão <strong>do</strong> trabalho.<br />
Aqui não se tratam somente de igualdades (como mostram a quantidade de respostas relativas à<br />
diferenciação) ou ligações devi<strong>do</strong> à divisão <strong>do</strong> trabalho. Essa é uma solidariedade afetiva,<br />
<strong>em</strong>ocional, uma possibilidade para além <strong>do</strong> que trata o autor.<br />
Claramente, no entanto, existe também a solidariedade orgânica, nítida pela noção de<br />
compl<strong>em</strong>entaridade. Com 06 identificações no seu total, esta é composta por el<strong>em</strong>entos que<br />
exprim<strong>em</strong> certa dependência da cooperativa para com o coopera<strong>do</strong>, que perceb<strong>em</strong> na entidade um<br />
atrelamento das contribuições individuais e, para além disso, a necessidade de estar ali <strong>em</strong> função<br />
de um objetivo maior que suas intenções pessoais. Essa afirmativa fica ainda mais clara com a<br />
análise da categoria persistência, que d<strong>em</strong>arca a vivência de esforços <strong>do</strong>s indivíduos <strong>em</strong> prol da<br />
entidade e de um grupo coerent<strong>em</strong>ente conecta<strong>do</strong>. Permit<strong>em</strong> transparecer, mesmo com uma<br />
freqüência de respostas de 03 (o que a torna relativamente pequena), que pessoas <strong>do</strong> grupo se<br />
dedicam sobr<strong>em</strong>aneira para a manutenção e continuidade da instituição, novamente <strong>em</strong> comum<br />
acor<strong>do</strong> com a idéia de Tocqueville (2000): a <strong>do</strong>utrina <strong>do</strong> b<strong>em</strong> compreendi<strong>do</strong>.<br />
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