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Porém, ainda segun<strong>do</strong> o autor, “a sociedade consiste inteiramente na cooperação,(...)<br />
não t<strong>em</strong> outro objetivo senão adaptar o individuo ao seu meio físico” (DURKHEIM, 1999, p. 355).<br />
Portanto, a liberdade de ações individuais resulta das regulações sociais.<br />
É o que percebe também Nietzsche (2007), quan<strong>do</strong> delimita o que se descortina<br />
inexoravelmente no horizonte: quanto mais livre, mais preso <strong>do</strong>s valores que o tornam livre. Quanto<br />
mais individualista, mais suscetível aos valores <strong>do</strong> ambiente que serv<strong>em</strong> de troca, que o torna<br />
satisfeito <strong>em</strong> relação a algo. E à medida que os valores são mais cambiáveis, surge um novo fator:<br />
para ser troca<strong>do</strong>, ou ser mais valora<strong>do</strong> <strong>em</strong> relação a outro, um valor não pode ter uma valoração<br />
extr<strong>em</strong>a, deve ser móvel.<br />
A subjetividade <strong>do</strong> ser humano se transforma <strong>em</strong> uma frivolidade de subjetivações<br />
contínuas, com o individuo <strong>em</strong> constante mutação. Neste arcabouço, as relações de solidariedade<br />
orgânica levam à competição e individualização, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que a solidariedade mecânica<br />
vê-se no meio de um fluxo constante, ora sen<strong>do</strong> fator relevante, ora sen<strong>do</strong> mais um fator não<br />
prioritário momentaneamente. Talvez Lechat (2008) esteja certa, pois aqui não se observa<br />
desigualdade intrínseca, e sim instantânea. Mas <strong>em</strong> uma instantaneidade inerente.<br />
Poderia parecer uma luta entre a referência aos laços de solidariedade da cooperativa, e<br />
a referencia a algo maior, mas o probl<strong>em</strong>a que se descortina sobre a subjetividade cont<strong>em</strong>porânea é<br />
mais complexo.<br />
O que se coloca para as subjetividades hoje não é a defesa de identidades locais<br />
contra identidades globais, n<strong>em</strong> tampouco de identidade geral contra a<br />
pulverização; é a própria referencia identitária que deve ser combatida, não <strong>em</strong><br />
nome da pulverização (o fascínio niilista pelo caos) mas para dar lugar aos<br />
processos de singularização, de criação existencial, movi<strong>do</strong>s pelo vento <strong>do</strong>s<br />
acontecimentos(LINS et al., 1997, p.23).<br />
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