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Volume 4 - Portal do Professor - Ministério da Educação

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26aprender. As crianças desde ce<strong>do</strong> descobremo prazer funcional de realizar uma mesmaativi<strong>da</strong>de, de repeti-la pelo gosto de repetir,pelo gosto de explorar ou investigar mo<strong>do</strong>sde compreender e realizar, de enfrentar e resolverproblemas que elas mesmas se colocam.Gosto de aprender, não só pelas consequências,não só como um meio para outrofim, mas como um fim em si mesmo. Comoconservar na escola este mo<strong>do</strong> de se relacionarcom os processos de aprendizagem? Ummo<strong>do</strong> que a reconhece como solução paraum problema interessante? Que valoriza aaprendizagem não apenas por suas consequênciasfuturas (algo difícil de ser entendi<strong>do</strong>por uma criança), mas pelo prazer funcionalde realizá-la em um contexto de problemas,tarefas ou desafios que comportam significaçõespresentes, atuais, para os alunos?Uma característica de certas formas deaprendizagem é que, em sen<strong>do</strong> adquiri<strong>da</strong>s,se estabelecem como hábitos ou padrõescondiciona<strong>do</strong>s. Funcionam como mo<strong>do</strong>sde respostas que, uma vez adquiri<strong>da</strong>s, nospossibilitam responder de mo<strong>do</strong> pronto, imediatoaos problemas <strong>do</strong> cotidiano. Mesmoque seus processos de formação tenhamsi<strong>do</strong> ativos, presentes, pouco a pouco vãose tornan<strong>do</strong> habituais. Se estas respostas sãosuficientes, tu<strong>do</strong> bem. Se não, muitas vezestemos desistências, desinteresses, ocorrênciasde padrões emocionais negativos. Alémdisso, nelas o interesse é sustenta<strong>do</strong> porconsequências (ameaças, reforços) externasque substituem, agora, o prazer funcional <strong>da</strong>própria ação. Fazemos porque é necessáriofazer, porque deve ser feito.Há outras formas de aprendizagem quesempre deverão conservar o sabor e o desafiode seus mo<strong>do</strong>s de construção. Sempre terãoalgo original, novo como forma ou conteú<strong>do</strong>,que nunca será suficiente repetir ou aplicaro já conheci<strong>do</strong>. Não é assim, por exemplo,em uma situação de jogo? Por mais que seusobjetivos e regras sejam conheci<strong>do</strong>s, por maisque a estrutura (sistema de normas e valores)se mantenha, ca<strong>da</strong> parti<strong>da</strong> tem sua especifici<strong>da</strong>de,tem problemas e desafios cuja resoluçãonão se reduz a um conheci<strong>do</strong> ou controlável.Ou seja, não basta repetir ou seguir umhábito ou resposta aprendi<strong>da</strong>. É necessárioestar presente, sensível, atento aos diferentesaspectos que caracterizam o desenrolarde uma parti<strong>da</strong>. É necessário manter o foco(concentração), saber planejar, antecipar, fazerboas inferências, tornar-se um observa<strong>do</strong>rde si mesmo, <strong>do</strong> oponente e <strong>do</strong> próprio jogo.Além disso, nesta situação o sujeito deve semanter ativo, não passivo nem distraí<strong>do</strong>, conscientede que suas ações têm consequênciase que supõem boa capaci<strong>da</strong>de de leitura e detoma<strong>da</strong> de decisão. Esta forma de aprendizagem– como se pôde observar – tem to<strong>da</strong>sas características que qualificam uma pessoacompetente e habili<strong>do</strong>sa.Aprender é muito importante, dentro e fora<strong>da</strong> escola. Qual a diferença entre estes <strong>do</strong>isambientes? Na escola, a aprendizagem se referea <strong>do</strong>mínios que só ela pode melhor prover.São aprendizagens que supõem professorese gestores, intencionali<strong>da</strong>de pe<strong>da</strong>gógica,projeto curricular, materiais e recursos didáticos,to<strong>do</strong> um complexo e caro sistema deensino e avaliação que sustenta e legitima osconhecimentos pelos quais a escola é socialmenteresponsável por sua transmissão e valorização.Fora <strong>da</strong> escola, to<strong>do</strong>s estes aspectosnão estão presentes, só o ter de aprender éque se mantém. Seja por exigências externas(<strong>do</strong>s pais, por exemplo) ou por exigências internas(a criança quer brincar ou usar um objetoe o que já sabe não é suficiente para isso).Necessi<strong>da</strong>de constante de aprender combinacom características de nossa socie<strong>da</strong>de atual:tecnológica, consumista, globaliza<strong>da</strong> e influencia<strong>da</strong>pelo conhecimento científico. Sãomuitos interesses, problemas, informações,novi<strong>da</strong>des a serem adquiri<strong>do</strong>s, consumi<strong>do</strong>s.E não basta poder comprar ou possuir umatecnologia, é preciso aprender a usá-la e, depreferência, a usá-la bem.Como oferecer na escola as bases paraas aprendizagens fora dela? Como reconhecere assumir que em uma cultura tecnológicaderiva<strong>da</strong> <strong>do</strong> conhecimento científico, emuma socie<strong>da</strong>de de consumo, globaliza<strong>da</strong>, osReferencial Curricular 4.indd 26 25/8/2009 11:10:17

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