Obra Completa - Universidade de Coimbra

70 O pancreas cm cirurgiaestabelecer o diagnostico differencial, a dôr, a icterícia,a dilatação vesicular, a ascite e os edemas.A dôr é mais intensa na pancreatite do que no cancro,que se desenvolve, por vezes, silenciosamente.Ao contrario do que se observa nas pancreatiteschronicas, a icterícia é, 110 cancro, progressiva, absoluta,invariavel.No cancro, a vesicula biliar encontra-se quasi sempredistendida; nas pancreatites, em regra dependentesde ciiolelithiase, a distensão vesicular pode, em muitoscasos, ser substituída pela retracção.A ascite e os edemas dos membros inferiores, poucofrequentes nas pancreatites, encontram-se com maisfrequencia no cancro.Mas, o único signal que por vezes tem permittidoaffirmar com alguma segurança o diagnostico, é, indubitavelmente,a existencia de metastases visceraes,por vezes reconhecíveis pela simples palpação, queoccupam a maior parte das vezes a glandula hepatica,e que caracterizam a evolução do cancro do pancreas.Desta rapida exposição sobre o diagnostico differencialentre a pancreatite chronica e o cancro dopancreas dever-se-ha necessariamente concluir que, 11amaioria dos casos, não ha signaes caracteristicos quepermittam distinguir as duas affecções.É então, á semelhança do que acontece com tantasoutras affecções pancreaticas, á laparotomia exploradoraque se deverá recorrer.E ainda assim o diagnostico exacto nem sempre épossível. Se é certo que, em alguns casos, a existenciade numerosas adherencias peri-pancreaticas e, por vezes,peri-vesiculares, traduzindo a existencia dum processoinflamatório, impõem o diagnostico de pancrea-