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MUHM - Museu de História da Medicina

Um acervo vivo que faz ponte entre o ontem e o hoje.

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O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)<br />

4. Descentralização do Sistema, <strong>de</strong> tal modo que<br />

à União caiba uma ação normativa e <strong>de</strong> financiamento<br />

e aos Estados e Municípios a <strong>de</strong>finição e a<br />

operacionalização <strong>de</strong> sistemas regionais e locais <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>. Um dos objetivos <strong>da</strong> <strong>de</strong>scentralização será<br />

a municipalização, já não mais entendi<strong>da</strong> como a<br />

simples transferência <strong>de</strong> ônus às municipali<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

4.1 Consoli<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> Sistemas Estaduais articulados<br />

com sistemas municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

que aten<strong>da</strong>m peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s regionais e locais<br />

<strong>de</strong> modo a fortalecer o regime Fe<strong>de</strong>rativo <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>.<br />

5. Regionalização e hierarquização dos serviços,<br />

partindo do simples para o <strong>de</strong> maior complexi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e a<strong>da</strong>ptável às peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s regionais com priori<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

para a implantação e expansão <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong><br />

básica <strong>de</strong> serviços públicos, a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>da</strong> população.<br />

A reunião do CONASS, feita em um período <strong>de</strong> ebulição<br />

<strong>da</strong> política nacional, mostrou a tendência <strong>da</strong>s correntes políticas,<br />

que governavam os estados na questão saú<strong>de</strong>.<br />

A emen<strong>da</strong> <strong>da</strong>s “Diretas Já” havia sido <strong>de</strong>rrota<strong>da</strong> em 25<br />

<strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1984. As eleições do substituto <strong>de</strong> João Figueiredo<br />

seriam realiza<strong>da</strong>s em 15 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1985. O governador<br />

<strong>de</strong> Minas Gerais, Tancredo Neves, entrou na disputa e soube<br />

canalizar a seu favor a mobilização popular pela emen<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

Dante <strong>de</strong> Oliveira e “foi a força <strong>da</strong>s ruas que possibilitou que,<br />

num Colégio Eleitoral com maioria do partido do governo, o<br />

vencedor fosse o candi<strong>da</strong>to <strong>da</strong> oposição”. 7 No entanto, o Presi<strong>de</strong>nte<br />

eleito adoeceu na véspera <strong>da</strong> posse e faleceu em 21 <strong>de</strong><br />

abril <strong>de</strong> 1985. Tomou posse José Sarney (1985-1990), que durante<br />

o seu governo teve quatro ministros <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> e outros<br />

tantos <strong>da</strong> Previdência. As mu<strong>da</strong>nças ocorri<strong>da</strong>s na titulari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

dos ministérios às vezes implicam em alterações nas chefias<br />

<strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos mesmos, situa<strong>da</strong>s nos estados, po<strong>de</strong>ndo retar<strong>da</strong>r<br />

a implantação <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões políticas.<br />

A normali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática retornou às áreas on<strong>de</strong> o pre-<br />

feito era nomeado e novas forças políticas passaram a governar<br />

municípios em que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1964, não havia eleições. Além<br />

disso, no que diz respeito à área <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>, a imensa maioria<br />

dos municípios não executavam ações <strong>de</strong> assistência médica e<br />

a Assembleia Legislativa criaria na legislatura 1987/90 mais 89<br />

municípios.<br />

Em junho <strong>de</strong> 1986, meses antes <strong>da</strong> eleição dos parlamentares<br />

que elaboraram a Constituição <strong>de</strong> 1988, o secretário<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Meio Ambiente do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, traduzindo<br />

um sentimento comum aos profissionais <strong>da</strong> área, assinou o<br />

editorial do Boletim <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> sobre Ações Integra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

com o seguinte teor: “Ações Integra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> se constituem<br />

hoje em priori<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima para todos aqueles que,<br />

neste Estado, consagram o melhor <strong>de</strong> seus esforços à causa<br />

<strong>da</strong> saú<strong>de</strong> pública [...]”. 8<br />

SUS<br />

As eleições parlamentares <strong>de</strong> 1986 elegeram os constituintes<br />

fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong> 1988 e os estaduais <strong>de</strong> 1989. O trabalho<br />

<strong>de</strong> elaboração <strong>da</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral, realizado em Brasília,<br />

estabeleceu que a “as ações e serviços públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> integram<br />

uma re<strong>de</strong> regionaliza<strong>da</strong> e hierarquiza<strong>da</strong> e constituem<br />

um sistema único (art. 198, CF).”<br />

O acesso será universal e igualitário às ações e serviços<br />

para a promoção, proteção e recuperação <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> (art. 196).<br />

O texto constitucional estabelece, ain<strong>da</strong>, como diretrizes:<br />

I – <strong>de</strong>scentralização, com direção única em ca<strong>da</strong><br />

esfera <strong>de</strong> governo;<br />

II – atendimento integral, com priori<strong>da</strong><strong>de</strong> para as<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s preventivas, sem prejuízo dos serviços<br />

assistenciais;<br />

III – participação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

E <strong>de</strong>talha a forma <strong>de</strong> financiamento do sistema através<br />

<strong>de</strong> recursos do orçamento <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong><strong>de</strong> social, <strong>da</strong> União, dos<br />

Estados, do Distrito Fe<strong>de</strong>ral e dos Municípios.<br />

7 KOIFMAN, Fábio (org.). Presi<strong>de</strong>ntes do Brasil. São Paulo: Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estácio<br />

<strong>de</strong> Sá; Cultura, 2002.<br />

8 Boletim <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, Porto Alegre, v. 13, n. 1, p. 2-48, jun. 1986.<br />

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