MUHM - Museu de História da Medicina

M
ATRIZ PORTUGUESA
A ausência de abrigos e os bancos de areia faziam do
litoral gaúcho uma costa a ser evitada e que se consagraria
como cemitério de navios. Estas circunstâncias, somadas às
incertezas quanto aos limites das terras de Espanha e de Portugal
pelo Tratado de Tordesilhas, retardaram em dois séculos
a efetiva instalação dos portugueses no Rio Grande do Sul, ao
contrário do que ocorrera em outras regiões do Brasil. E ela só
aconteceu pela necessidade estratégica de estabelecer fortes
e povoações até o Rio da Prata, onde em 1680 fora instalada
pelos portugueses a Colônia do Santíssimo Sacramento, enclave
luso de fronte a Buenos Aires. A partir daí, tornou-se um
desafio assegurar apoio à distante e isolada fortaleza, bem
como antepor barreiras a possíveis invasões dos espanhóis Brasil
acima. Por isso é fácil de entender que os primeiros médicos
no Continente de São Pedro tenham sido os cirurgiões que
acompanhavam os navios e as forças militares portuguesas.
Eram cirurgiões, não tinham a titulação de médicos ou físicos,
segundo as Ordenações Filipinas aos corregedores de comarca.
Não eram doutores.
Antes do desembarque para fundar Rio Grande, o brigadeiro
José da Silva Pais, a bordo da nau capitânia, nomeou
como cirurgião para o novo fortim e povoação o português de
Santarém, Sebastião Gomes de Carvalho, que logo se adaptou
a terra. Casado com moça da Colônia do Sacramento, ele
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