MUHM - Museu de História da Medicina

Medicina militar no rio grande do sul
ralda) e os hospitais estabelecidos pela Marinha em Corrientes
e no Chaco (AZEVEDO, 1870).
A Enfermaria da Praia do Arsenal, surgida em Porto
Alegre no ano de 1795, sem pertencer a uma unidade militar
específica, representava um centro de referência para o
atendimento de integrantes das forças armadas. Em 1890 foi
fundado o Hospital Geral de Porto Alegre, que funcionou na
sede da extinta Enfermaria 30 BI, localizada na Praça Dom
Feliciano, em área da Santa Casa de Misericórdia. Ali permaneceu
o Hospital Geral até 1906, quando passou a funcionar
na Casa de Saúde Bela Vista, que fora construída pelo doutor
João Adolfo Josetti, professor de cirurgia formado no Rio
de Janeiro em 1884 e que se estabelecera em Porto Alegre,
após estágios na França e na Alemanha. Neste ponto do bairro
Moinhos de Vento, o hospital atendia à Guarnição de Porto
Alegre. Em junho de 1938 foi lançada a pedra fundamental
do novo Hospital Divisionário (HMD), que foi inaugurado
em junho de 1945 com a presença do presidente Getúlio
Vargas e, quando era seu diretor, o tenente-coronel médico
Tavares Mattel. O Hospital Geral de Porto Alegre, com mais
de 120 leitos, possui ativo bloco cirúrgico, cujo nome homenageia
ilustre cirurgião que muito fez pelo hospital, o Dr.
Dirceu Ferlin. A Brigada Militar do Estado teve nos primeiros
tempos duas enfermarias na Santa Casa de Misericórdia. Em
1906 passou a contar com a Enfermaria do Cristal, que em
1911 transformou-se no primeiro Hospital da Brigada Militar.
Só em 1971 é que foi inaugurado o atual prédio localizado
no bairro Vila Assunção. Tanto o Exército quanto a Brigada
mantêm efetiva assistência médica no interior do Estado. O
Hospital da Brigada Militar de Santa Maria tem mais de 60
anos de história e conta com mais de 60 leitos. O Hospital
da Aeronáutica em Canoas é moderno, atualizado e já conta
com 63 anos de funcionamento. Também a Base Aérea de
Santa Maria conta com efetiva assistência aos servidores da
força aérea. No tocante à Marinha, o principal hospital está
localizado na cidade de Rio Grande, no Parque da Marinha.
O Ambulatório Naval de Rio Grande é muito ativo e a assistência
aos marinheiros acontece em Porto Alegre e outras
cidades portuárias. Além disso, o Navio Hospital Tenente Maximiano
está sempre apto a prestar assistência.
Foto 4. Antigo Hospital da Brigada Militar
Fonte: Weber; Serres (2008)
Para encerrar este texto sobre medicina militar no Rio
Grande do Sul, falo da ressonância que ela tem em órgãos
representativos da ciência e da arte de curar. Poderia falar
da representatividade dos gaúchos na Academia Brasileira
de Medicina Militar, instituição com mais de 70 anos de
existência e que congrega médicos, farmacêuticos e odontólogos
do Exército, da Marinha e da Aeronáutica no Brasil.
Prefiro, no entanto, ficar no Rio Grande do Sul e examinar a
representatividade da medicina militar dentro da Academia
Sul-Rio-Grandense de Medicina. Muitos dos patronos e dos
membros titulares da Academia foram militares; alguns até
o final da carreira e outros por algum tempo. Comecemos
pelos patronos e logo adicionemos membros titulares representativos
de diferentes gerações de médicos. Alfeu Bicca
de Medeiros, mestre de cirurgia na 10ª Enfermaria da Santa
Casa, cirurgião na França durante e após a primeira guerra
mundial, líder de movimentos médicos, foi militar no Alegrete
e em Porto Alegre. Passou à reforma como coronel médico
do Exército. Aurélio de Lima Py já era militar quando entrou
para a faculdade. Tornou-se professor de Medicina, dirigiu
hospital, foi político, exerceu cargos públicos de relevância,
foi desportista e só deixou o Exército ao final da carreira como
coronel médico. José Mariano da Rocha, o pai, formou-se na
Bahia e, ainda como acadêmico de Medicina, trabalhou em
hospital de sangue na Campanha de Canudos. Celestino de
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MUSEU DE HISTÓRIA DA MEDICINA - MUHM: um acervo vivo que se faz ponte entre o ontem e o hoje