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O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
EXPECTATIVA DE VIDA, POR SEXO,
NO RIO GRANDE DO SUL – 1971-73; 1996-98; 2008-10
Sexo
Ano
1971-73 1996-98 2008-10
Masculino 63.61 67.61 71.87
Feminino 69.99 75.67 79.92
Ambos os sexos 66.65 71.54 75.87
Fonte: Estatísticas de Saúde. Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), v. 35,
2010. Núcleo Informação da Saúde. Secretaria da Saúde-RS.
Esse é um indicador sensível ao impacto da mortalidade
em todas as faixas etárias, mas tem as limitações de todos os
indicadores que fazem uso de dados de mortalidade. A análise
de sua tendência corrobora a melhoria das condições de vida
apontadas pelos demais indicadores.
A rede regionalizada e hierarquizada prevista no art. 198
da Constituição está estruturada nos 497 municípios do estado,
com seus ambulatórios e hospitais. Os municípios não
são iguais entre si, possuem população, área geográfica, localização,
recursos materiais, humanos e financeiros diferentes;
enfim, o estado não é formado por unidades administrativas
iguais. A metade dos municípios não tem 6.000 habitantes e
o somatório de suas populações é menor que a população de
Porto Alegre. A base de sua economia varia de região para
região, e a distância em tempo ou em quilômetros do núcleo
populacional aos recursos de saúde também é muito díspar.
Consequentemente, estas variáveis, aliadas a outras decorrentes
das necessidades de saúde do indivíduo, tornam a tarefa
dos gestores municipais e estaduais bastante complexa. Isto
tudo sem referir a escassez de recursos financeiros, que é uma
constante na área da saúde.
O SUS municipal, no que diz respeito às atividades ambulatoriais
de prevenção e tratamento de uma doença, pode
ter uma alta performance na unidade de saúde. Quando a doença
exige procedimentos laboratoriais, de imagem, consulta
com especialista ou internação, o paciente passa a ser uma
peça de engrenagem que, dependendo da especialidade e do
grau de hierarquização do sistema, pode levar um tempo a ser
incorporada ao sistema, tempo este que precisa ser abreviado,
pois, senão, será tarde demais.
As palavras do ministro Temporão sobre os milhões de
procedimentos do SUS, em cada ano no país, devem servir
para alertar que o Rio Grande do Sul faz parte deste país e
contribui com milhares de internações hospitalares, consultas
médicas com especialistas ou não, exames subsidiários, transplantes
de órgãos, longos tratamentos com doenças crônicas
e tratamentos recém-lançados no mercado a custos estratosféricos,
que, no entanto, fazem renascer as esperanças daqueles
que foram desenganados.
Ao mesmo tempo em que o SUS tem de atender às necessidades
sentidas pela população, tem de se aperfeiçoar
diante das novas tecnologias postas à disposição dos serviços
de saúde. É necessário, ao mesmo tempo em que comemora
a redução da mortalidade infantil, observar que mais de um
milhão de gaúchos ultrapassaram a faixa dos 60 anos e que
boa parte destas pessoas necessita de cuidados médicos e medicamentos.
O Alzheimer, que, em 2000, vitimou 187 pessoas,
em 2010 foi responsável pela morte de 1.060. Os transtornos
mentais e comportamentais também registraram um forte incremento.
Outras doenças como a diabete precisam ser encaradas
com programas que desenvolvam, além das ações de
tratamento, também as de prevenção.
CONCLUSÃO
No texto de apresentação do relatório da 2ª Conferência
Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (1996) 11 , o relator
fez afirmações que ainda são muito atuais, referindo-se
ao SUS:
Criado com o elevado objetivo de proporcionar
boas condições de saúde para toda a população
brasileira, sem qualquer distinção de categoria social
ou de estrato econômico, o SUS enfrenta hoje
problemas de magnitude proporcional a tarefas a
que se propôs. E é claro que só poderá vencer tais
11 CONFERÊNCIA ESTADUAL DE SAÚDE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, 2.,
1996, Porto Alegre. Relatório. Porto Alegre: SSMA, 1996, p. 56.
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