22.12.2016 Views

MUHM - Museu de História da Medicina

Um acervo vivo que faz ponte entre o ontem e o hoje.

Um acervo vivo que faz ponte entre o ontem e o hoje.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Luciano Raul Panatieri e Veridiano Farias<br />

virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong>s circunstâncias”. Po<strong>de</strong>mos citar a sau<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> família,<br />

<strong>da</strong> mulher, dos filhos, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> on<strong>de</strong> morava etc. 17 , ou quem<br />

sabe o seu <strong>de</strong>sejo maior, que era cursar e se formar pela Facul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Medicina</strong> <strong>de</strong> Porto Alegre, na qual não obteve êxito<br />

momentâneo.<br />

Veridiano conseguiu sua transferência após um ano no<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro. Concomitantemente aos seus estudos, assumiu<br />

as funções <strong>de</strong> chofer no Departamento Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

“emprego mo<strong>de</strong>sto que os seus amigos lhe arranjaram”, conforme<br />

explicou o colega Isaac Kelbert: “Veridiano, saía <strong>de</strong> seu<br />

serviço <strong>de</strong> dia e à noite estu<strong>da</strong>va Anatomia Patológica [...].<br />

Além <strong>de</strong> chofer exerceu a função <strong>de</strong> motorneiro <strong>de</strong> bon<strong>de</strong> e<br />

oficial administrativo” (A HORA, 1954, p. 4). Assim, no dia<br />

15 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1951, Veridiano Farias diplomou-se pela<br />

Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Medicina</strong> <strong>da</strong> UFRGS.<br />

Nas palavras do Dr. Isaac Kelbert: “no dia 15 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 1951, vestindo o seu impecável smoking teve o nosso<br />

herói a maior noite <strong>de</strong> sua vi<strong>da</strong> [...], a maior salva <strong>de</strong> palmas<br />

<strong>da</strong> noite foi reserva<strong>da</strong> para ele [...] pelo esforço, pela per<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> horas <strong>de</strong> dormir, pelo sacrifício pessoal” (A HORA, 10 set.<br />

1954, p. 7).<br />

Além <strong>da</strong> medicina, a música era a outra profissão <strong>de</strong> Veridiano<br />

Farias, que tocava trombone em blocos carnavalescos<br />

e em orquestras. Foi também músico <strong>da</strong> Rádio Farroupilha.<br />

Era “múltiplo instrumentista: tocava trombone <strong>de</strong> vara, violino<br />

e piano” (MATTOS apud FARIAS, 2010, p. 110) e utilizava o<br />

dinheiro recebido para custear os livros <strong>de</strong> seus estudos.<br />

Após um ano <strong>de</strong> sua formatura, Veridiano Farias foi trabalhar<br />

como <strong>de</strong>rmatologista no Leprosário <strong>de</strong> Itapuã. Contudo,<br />

faleceu em 1952, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> problemas cardíacos.<br />

Lamentavelmente, teve uma carreira <strong>de</strong> médico curta, porém<br />

intensa.<br />

Retornando às experiências profissionais <strong>de</strong> Luciano Raul<br />

Panatieri, no final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1920, instalado na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Rio Pardo, pe<strong>de</strong> <strong>de</strong>missão do Exército e passa a atuar exclusivamente<br />

como médico civil.<br />

“Foi um dos integrantes <strong>da</strong> equipe que construiu o Hospital<br />

<strong>da</strong> Irman<strong>da</strong><strong>de</strong> do Senhor dos Passos <strong>de</strong> Rio Pardo” (AMRI-<br />

GS, 2006, p. 15). Porém, “era em clínica própria que mantinha<br />

no casarão, que também residíamos, que Panatieri atendia os<br />

casos mais graves” (ELVIRA, 2015, p. 7).<br />

Aliás, como Luciano Panatieri adquiriu este casarão? O<br />

sobrado, construído em 1798, abrigou o imperador D. Pedro<br />

II em visita ao Rio Gran<strong>de</strong> do Sul em 1865. Pertencia a Abílio<br />

Martins <strong>de</strong> Castro, sendo adquirido pelo médico logo após<br />

retornar <strong>de</strong> São Paulo em 1926.<br />

Sobre a aquisição do casarão, segundo Dona Elvira:<br />

Imagem 3. Veridiano, <strong>de</strong> toga<br />

Fonte: Acervo <strong>MUHM</strong><br />

17 Veridiano casou com Isabel e teve dois filhos, Judithe e William.<br />

Ele [Luciano Panatieri] foi convocado a ir numa fazen<strong>da</strong><br />

pra aten<strong>de</strong>r uma paciente que nunca conseguiu<br />

vingar os filhos [...] não sei por que cargas<br />

[...] e aí talvez tenham dito pra ele que tinha um<br />

médico assim, que ele era muito estudioso [...] ele<br />

foi buscar o meu pai, trancou no quarto que estava<br />

esperando a criança e disse assim pra ele: se ela<br />

MUSEU DE HISTÓRIA DA MEDICINA - <strong>MUHM</strong>: um acervo vivo que se faz ponte entre o ontem e o hoje 167

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!