MUHM - Museu de História da Medicina

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A CONTRIBUIÇÃO DOS MÉDICOS ITALIANOS PARA A MEDICINA DO RIO GRANDE DO SUL Sobressaía entre os médicos atuando no Rio Grande do Sul a inclusão de imigrantes e/ou descendentes de primeira geração, formados no Brasil. Citam-se José Ricaldone, Vicente Caruso, Antonio Cantisani, Hildebrando Varnieri, Danilo Pedro Vitola, os irmãos Carlos e Mário Cini, Nicolino Rocco e Elyseu Paglioli. Ricaldone nasceu na Itália, onde iniciou seus estudos universitários em Roma. Imigrou para o Brasil em 1901. Formou-se na Faculdade de Medicina e Farmácia de Porto Alegre, em 1909, e logo se tornou professor da instituição. Chefiava uma das enfermarias da Santa Casa de Misericórdia e integrou o corpo médico do Sanatório Belém recentemente construído. Era personagem frequente nos eventos cívicos de Porto Alegre. A região onde se situava sua residência em Porto Alegre ficou conhecida como Morro Ricaldone. Paglioli, filho de imigrantes, veio a ser um dos médicos mais ilustres do Rio Grande do Sul, renomado neurocirurgião, foi reitor da hoje chamada Universidade Federal do Rio Grande do Sul, intendente de Porto Alegre e ministro da Saúde. Vários aspectos mostram que os médicos italianos atingiram o reconhecimento na sociedade rio-grandense. Participaram em associações étnicas, foram designados como agentes consulares nas cidades em que viveram, serviram de intermediários entre seu grupo étnico e as autoridades governamentais. A integração pode ser vista na constituição dos casamentos com nacionais. Na vida privada, as características das suas moradias, muitas vezes situadas no corpo dos pequenos hospitais, criaram uma relação de respeito e intimidade com os familiares dos pacientes. Foi destacada a presença das mulheres, auxiliando os maridos nos consultórios e nas casas de saúde. A contribuição foi reconhecida na literatura. Erico Verissimo criou o personagem Dr. Carlo Carbone para representar a influência marcante da medicina italiana no sul do Brasil. Na obra O Arquipélago, Carbone atende aos feridos nos combates da Revolução de 1923. Como os médicos citados anteriormente, participou na mobilização da guerra pela Itália. Era exímio cirurgião e, no seu retorno ao Brasil, ajudou a criar uma casa de saúde juntamente com o clínico Rodrigo Cambará, em Santa Fé. CONSTRUÇÃO DE HOSPITAIS, CASAS DE SAÚDE E ENFERMARIAS Fato marcante foi a participação dos médicos, com recursos próprios ou junto da comunidade, na construção de casas de saúde, hospitais e enfermarias na capital e pelo interior do estado, que, de alguma maneira, preservaram os seus nomes. Uma série desses estabelecimentos se originou principalmente nas décadas de 1910 e 1920. Zanini (2006) considera que os imigrantes italianos, tanto os do meio rural como os do urbano, procuraram se reunir em torno de capelas, igrejas ou de sociedades de mútuo socorro. Pode-se inferir que os imigrantes participaram da construção de casas de saúde e de hospitais sob a organização de médicos e que este fator possuiu um valor destacado dentro do universo simbólico dos membros da comunidade étnica italiana. Contudo, muitos hospitais e casas de saúde foram construídos fora de região de colonização italiana. No início da década de 1920, as vantagens aportadas por estas instituições para as comunidades do interior do estado eram consideradas óbvias, uma vez que o problema de falta de assistência médica havia sido sempre considerado um pesadelo econômico e moral. Ora, tal preocupação era evidente nas enormes distâncias que os moradores precisavam percorrer para receberem os cuidados necessários. Estimavase que estes se localizavam entre 50 e 100 quilômetros de distância das moradias, sem considerar que as estradas eram péssimas. Os hospitais foram construídos com verbas angariadas entre os moradores das localidades, mas, na maioria das vezes, às custas dos médicos. O editorial do livro comemorativo ao Cinquentenário da Imigração Italiana (1925) registrou a necessidade da criação de hospital: A ausência de instituições hospitalares impôs a necessidade de criar sanatórios nos centros mais populosos e mais remotos, alguns com os meios oferecidos pelos colonos e comerciantes, como no Hospital São Carlos de Anta Gorda e o Sanatório de Alfredo Chaves; outros – e muito mais – fundados pela iniciativa particular dos médicos italianos, MUSEU DE HISTÓRIA DA MEDICINA - MUHM: um acervo vivo que se faz ponte entre o ontem e o hoje 149
Caderneta do estudante Pascoal Adrio Manoel Brasil Crocco, Faculdade de Medicina de Porto Alegre, 1936 Acervo: Dr. Pascoal Adrio Manoel Brasil Crocco Doador: Ana Lucia Crocco
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© Copyright: dos autores 1ª ediç
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Realização: Patrocínio:
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Prefácio Dr. PAULO DE ARGOLLO MEND
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Sumário
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Introdução
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Obra: Diccionario de medicina popul
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Ventosas a fogo Acervo: Ryfka Djame
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Medicina e caridade BOSCHI, Caio C
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Balança pediátrica Acervo: Socied
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Frasco de medicamento Peitoral Soel
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Diploma de Wilson Teixeira Netto, r
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Fotografia doutorandos de 1921 da E
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Tese Inaugural de Ottorino Frasca,
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Diploma de Luciano Raul Panatieri,
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Microscópio caseiro Acervo: Dr. Ha
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Obra: Ginecologia prática: para m
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O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) GE
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Estetoscópio de Pinard Acervo: Dr.
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Foto do Curso de Cirurgia Abdominal
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Caixa de lentes Acervo: Dr. Lauro P
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Organização do Acervo do Sindicat
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Armazenamento do Acervo Bibliográf
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Higienização do Pulmão de Aço -
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