417408649765983
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Foto 68 − Juntando as pistas<br />
Fonte: Registro feito pela pesquisadora<br />
A possibilidade de exploração de conceitos matemáticos em situações não<br />
convencionais de aulas de Matemática, atribuindo um sentido diferenciado àquele<br />
conhecimento matemático, como na formulação e na resolução de enigmas, possibilitou aos<br />
alunos experimentar uma forma diferente de explorar a mesma Matemática escolar.<br />
Entendemos que, ao atribuir sentido a esta, possibilitamos uma experiência autêntica aos<br />
estudantes. Larrosa (2002, p. 21) assinala:<br />
A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não o<br />
que se passa, não o que acontece, ou o que toca. A cada dia se passam<br />
muitas, porém, ao mesmo tempo, quase nada nos acontece. “Se diría que<br />
todo lo que pasa está organizado para que nada nos pase”. Nunca se<br />
passaram tantas coisas, mas a experiência é cada vez mais rara.<br />
Para Larrosa (2002),a experiência é cada vez mais rara por excesso de opinião,<br />
passamos a vida opinando sobre qualquer fator, sobre informações. Não nos atentamos que<br />
estas não constituem a experiência, que também se tornou escassa por conta da falta de tempo<br />
e do excesso de trabalho.<br />
Seja pela obsessão, pela novidade, pelo excesso de trabalho, pela falta de tempo,<br />
corremos tanto que não nos permitimos o prazer de novas experiências. De acordo com o<br />
autor, para possibilitarmos que algo nos aconteça ou nos toque, é preciso um gesto de<br />
interrupção, quase impossível nos tempos que correm:<br />
Requer parar para pensar, parar para olhar, para escutar, pensar mais<br />
devagar, olhar mais devagar, e escutar mais devagar; parar para sentir, sentir<br />
mais devagar, demorar-se nos detalhes, suspender a opinião, suspender o<br />
juízo, suspender a vontade, suspender o automatismo da ação, cultivar<br />
atenção e a delicadeza, abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos<br />
acontece, aprender a lentidão, escutar os outros, cultivar a arte do encontro,<br />
calar muito, ter paciência e dar-se tempo e espaço. (LAROSSA, 2002, p.24).<br />
113