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Para essa produção, os jovens precisaram se apropriar de alguns conhecimentos relativos<br />

a uma sequência narrativa, com elementos de conflito, caracterização dos personagens, clímax<br />

e desfechos coerentes. Antes da discussão sobre os crimes, a história não tinha uma sequência<br />

lógica, as ideias eram incríveis, mas faltava uma orientação específica a esse respeito.<br />

Para escrever um texto, passamos por dois momentos distintos. Um deles foi o processo<br />

mental de criação, aquele que se percorre até o momento da escrita. Outro foi o planejamento<br />

da escrita, a transcrição e a revisão.<br />

Para Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), após uma apresentação da situação na qual é<br />

descrita, de maneira detalhada, a tarefa de expressão oral ou escrita que os alunos deverão<br />

realizar, esses elaboram um primeiro texto inicial, oral ou escrito, este é a primeira produção.<br />

Nessa primeira produção, é possível definir o ponto em que o professor pode intervir e<br />

identificar o melhor caminho que o aluno tem ainda a percorrer: essa é a essência da avaliação<br />

formativa.<br />

Para que isso fosse possível, esclarecemos ao máximo o trabalho com FN. Ademais,<br />

passamos dois filmes de aventuras e tivemos várias discussões a respeito do caminho que as<br />

histórias deveriam seguir.<br />

Em Arte poética, Aristóteles afirma que a poesia é a arte mimética 23 , copia ou imita a<br />

realidade. Segundo ele, todo artista imita, cria, fantasia e mente baseado em fatores do mundo<br />

real. Assim, cada uma das imitações contém diferenças e varia na forma de imitar as coisas<br />

diversas. A mesma distinção separa a tragédia da comédia, isso significa que a primeira imita<br />

os homens piores e a segunda os melhores.<br />

Jovchelovitch e Bauer (2005, p. 91) afirmam que<br />

as narrativas são infinitas em sua variedade, e nós as encontramos em todo<br />

lugar. Parece existir em todas as formas de vida humana uma necessidade de<br />

contar; contar histórias é uma forma elementar de comunicação humana e,<br />

independentemente do desempenho da linguagem estratificada, é uma<br />

capacidade universal. Através da narrativa, as pessoas lembram o que<br />

aconteceu, colocam experiência em uma sequência, encontram possíveis<br />

explicações para isso, e jogam com a cadeia de acontecimentos que<br />

constroem a vida individual e social. Contar histórias implica estados<br />

intencionais que aliviam, ou ao mesmo tempo tornam familiares,<br />

acontecimentos e sentimentos que confrontam a vida cotidiana normal.<br />

23 Tanto Platão quanto Aristóteles viam na mimesis a representação da natureza. Contudo, para Platão toda a<br />

criação era uma imitação, até mesmo a criação do mundo imitava a natureza verdadeira (o mundo das ideias).<br />

Sendo assim, a representação artística do mundo físico seria uma imitação de segunda mão. Já Aristóteles via<br />

o drama como sendo a “imitação de uma ação”, que na tragédia teria o efeito catártico (catarse refere-se à<br />

purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um drama). Como rejeita o mundo<br />

das ideias, ele valoriza a arte como representação do mundo.<br />

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