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upturas; é o tempo da aventura humana, a da espécie, a do indivíduo. Esse<br />

tempo por fim, se desenvolve em três dimensões, que se interpenetram e se<br />

supõem uma à outra: o presente, o passado, o futuro. (CHARLOT, 2000,<br />

p.78-79).<br />

Entendemos que além das relações sociais e do tempo necessário para que cada ser se<br />

aproprie de certos conhecimentos, há ainda o espaço e a condição do jovem no mundo<br />

contemporâneo. Para Dayrell (2007, p.1112) “aliada ao espaço, a condição juvenil expressa<br />

uma forma própria de viver o tempo”. Segundo o pesquisador, ainda<br />

há predomínio do tempo presente, que se torna não apenas a ocasião e o<br />

lugar, quando e onde se formulam as questões às quais se responde<br />

interrogando o passado e o futuro, mas também a única dimensão do tempo<br />

que é vivida sem maiores incômodos e sobre a qual é possível concentrar<br />

atenção. E mesmo no tempo presente é possível perceber formas<br />

diferenciadas de vivenciá-lo, de acordo com o espaço: nas instituições<br />

(escola, trabalho, família) que assumem uma natureza institucional, marcada<br />

pelos horários e a pontualidade; ou aqueles vivenciados nos espaços<br />

intersticiais, de natureza sociabilística, que enfatizam a aleatoriedade, os<br />

sentimentos, a experimentação. (DAYRELL, 2007, p.1113).<br />

Após assistirmos ao filme A lenda do tesouro perdido, Luana fez vários<br />

questionamentos: o motivo por assistirem ao filme, o que os alunos entenderam sobre a<br />

história. Alguns reclamaram de ter que entregar um relatório, mas aos poucos entraram na<br />

conversa e foram apresentando detalhes sobre o que havia acontecido.<br />

Luana foi fazendo com eles um resumo dos fatos mais marcantes. Ela também fez<br />

questão que todos falassem, se tinha algum aluno calado, ela o questionava, permitindo que<br />

todos participassem, mas a maioria falava espontaneamente. Podemos visualizar esse<br />

movimento no seguinte diálogo:<br />

Luana: O que acontece de importante no filme, para o que a gente tinha que<br />

olhar?<br />

Pedro: Para os enigmas, para as pistas, as combinações de números,<br />

códigos, siglas, combinação de símbolos, uma frase em francês, um mapa, o<br />

livro do presidente na biblioteca.<br />

Maria: A parte que eles equilibram na pedra tem matemática, porque eles<br />

precisaram calcular o peso das pessoas.<br />

Luana: Jesser, quando a gente tem que passar uma fase do videogame a<br />

gente precisa fazer uns esquemas parecidos com isso, a gente precisa<br />

decifrar enigmas.<br />

Jesser: Eu vou no youtube e resolvo.<br />

Luana: Não vou olhar no youtube, eu quero aprender como passar, quero<br />

descobrir, não adianta ir à internet, precisa aprender. (8ª C, 13/09).<br />

No momento em que os alunos assistiram ao filme, produziram sentidos para uma<br />

Matemática existente nos enigmas e nas charadas. Quando a aluna disse “a parte que eles<br />

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