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finalidade e qual gênero está sendo utilizado para determinada mensagem, já<br />

que a sua escolha é feita de acordo com as necessidades próprias de quem<br />

escreve e lê. Mas, para que o trabalho com os gêneros seja atrelado à vida e<br />

ao desenvolvimento, é necessário que envolva todas as áreas do<br />

conhecimento.<br />

Convencionalmente, na aula de Matemática, o gênero utilizado é o instrucional,<br />

indicando orientações a serem seguidas. A FN teve cumprido seu papel enquanto gênero<br />

multidisciplinar e mostrou-se um instrumento capaz de fornecer suporte para atividades de<br />

comunicação em Matemática. Nesse sentido, os enigmas também foram instrumento de<br />

aprendizagem não apenas em relação à Matemática, mas também a um gênero escrito.<br />

Em todo o movimento de criação e produção das FN com os alunos das duas turmas, o<br />

que se evidenciou foi o papel formador das negociações que se fizeram necessárias no<br />

decorrer de todo o processo. Com esses jovens estudantes, para que um projeto se desenvolva<br />

e eles se mobilizem, é necessário que atribuam sentidos ao que produzem e aprendem. A<br />

negociação constante talvez tenha sido a evidência mais forte nesse processo.<br />

Etimologicamente o termo “diálogo” resulta da composição das palavras gregas dia e logos.<br />

Dia significa “por meio de” e logos foi traduzido como ratio (razão). No entanto, a palavra<br />

logos tem outros vários sentidos, como: palavra, expressão, fala e, principalmente,<br />

significado. Portanto, diálogo pode ser uma forma de fazer circular sentidos e significados.<br />

“Um diálogo tem por base o princípio de igualdade. Em um diálogo não há demonstrações de<br />

força e ninguém está querendo vencer ninguém”. (ALRØ; SKOVSMOSE, 2010, p. 131).<br />

Ao contrário de uma discussão ou debate, o diálogo busca estabelecer e fortalecer<br />

vínculos. Para Alrø e Skovsmose (2010, p.131),<br />

um participante não pode estar acima do outro. Um diálogo avança em<br />

função da pujança da investigação e não é influenciado por considerações<br />

acerca, digamos, das consequências de se fazer certas conclusões. [...] um<br />

diálogo não pode ser influenciado pelos papeis (e o poder está associado a<br />

esses papeis) das pessoas que participam do diálogo. Mas como trazer isso<br />

para a sala de aula, onde os processos de ensino e aprendizagem estão<br />

visceralmente associados aos papeis de professor e aluno, numa relação<br />

desigual? Professor e aluno são posições diferentes, profissionalmente<br />

falando; do contrário, não haveria ensino. Contudo, eles podem tentar ser<br />

igualitários no nível das relações e comunicações interpessoais.<br />

O diálogo é uma maneira de conduzir conversas que proporcionam uma nova visão de<br />

mundo, de relacionamentos e de processos. Para Alrø e Skovsmose (2010), não é possível um<br />

diálogo com base na autoridade, ele só se desenvolve por meio de suas próprias fontes<br />

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