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Isso porque as cidades foram planejadas de modo a facilitar a livre<br />

circulação das multidões como para desencorajar os movimentos de grupos<br />

organizados. Corpos individuais que transitam pela cidade tornam-se<br />

gradualmente desligados dos lugares em que se movem e das pessoas com<br />

quem convivem nesses espaços, desvalorizando-os através da locomoção e<br />

perdendo a noção de destino compartilhado. (SENNETT, 2001, p.264).<br />

Para o autor, a rapidez assumiu uma característica diferente em virtude das inovações<br />

técnicas introduzidas nos transportes, a fim de dar maior conforto ao viajante. Hoje, essa é<br />

uma condição que associamos a descanso e passividade, mas foi só aos poucos que a<br />

tecnologia transformou o movimento em uma experiência passiva. “O corpo em movimento,<br />

desfrutando de cada vez mais comodidade, viaja sozinho e em silêncio: anda para trás, do<br />

ponto de vista social” (SENNETT, 2001, p.273).<br />

Estes dois trechos fazem parte da entrevista realizada com os alunos no final do trabalho<br />

e revela a necessidade de reflexão destes jovens:<br />

Beatriz: A fotonovela foi muito legal, aprendi a me soltar mais, a confiar em<br />

mim mesma, foi importante... Aprendi a interagir com os outros alunos.<br />

Larissa: A FN me ensinou a trabalhar em grupo, ajudando uns aos outros<br />

nós conseguiremos ir mais longe e fazer do impossível, possível. (8 a C,<br />

25/11)<br />

Percebemos nos alunos/atores que o trabalho proporcionou uma reflexão, permitiu rever<br />

conceitos e comportamentos. Isso é visível também na fala de Rafaela: “aprendi como é difícil<br />

fazer uma foto para a pessoa que está vendo, perceber a minha ação”.<br />

Esse trabalho também possibilitou que nós, professoras, entendêssemos que a cultura<br />

escolar vai além dos conteúdos propostos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)ou na<br />

Proposta Curricular do Estado de São Paulo.<br />

Como apontam os objetivos de Matemática propostos pelo PCN para a 8ª série em<br />

relação à Geometria, o pensamento geométrico, por meio da exploração de situações de<br />

aprendizagem, leva o aluno a interpretar e representar a localização e o deslocamento de uma<br />

figura no plano cartesiano; produzir e analisar transformações e ampliações/reduções de<br />

figuras geométricas planas, identificando seus elementos variantes e invariantes,<br />

desenvolvendo o conceito de congruência e semelhança; ampliar e aprofundar noções<br />

geométricas como incidência, paralelismo, perpendicularismo e ângulo para estabelecer<br />

relações, inclusive as métricas, em figuras bidimensionais e tridimensionais. (BRASIL, 1997,<br />

p.81-82).<br />

Ainda, de acordo com o PCN, a Geometria tem tido pouco destaque nas aulas de<br />

Matemática e, muitas vezes, confunde-se seu ensino com o das medidas. Em que pese seu<br />

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