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permanentes”. Esse foi o caminho que escolhemos, o da negociação, por seu caráter<br />

compartilhado, não houve imposição, mesmo nos momentos mais difíceis a professora ou eu<br />

nos colocamos de forma que pudéssemos conversar e chegarmos juntos a um entendimento.<br />

No trecho da conversa ilustramos o quanto as discussões em sala foram compartilhadas:<br />

Luana: Para alturas, vamos usar o teorema de Pitágoras.<br />

Aluna: Podemos usar papel vegetal para sobrepor o mapa.<br />

Aluno: Podemos juntar pedaços do mapa.<br />

Simone: O importante em uma história é que ela precisa ter começo, meio e<br />

fim, precisa ter pessoas interagindo, tem que ter enredo, tem que acontecer<br />

alguma coisa, vamos pensar em tudo que pode acontecer e a prô Luana,<br />

com seu conhecimento matemático, vai nos ajudar a encaixar esses enigmas,<br />

mas precisamos pensar na história.<br />

Aluna: Então é isso?<br />

[...]<br />

Aluna: Então posso usar as coisas que vejo no Telecurso?<br />

[...]<br />

Aluna: E o Cyberchase da cultura?<br />

[...]<br />

Simone: Claro, super legal, pode pegar ideia de vários lugares.<br />

Aluna: Sem copiar né, prô?<br />

Simone: Claro, só ter ideias. (8 a C, 13/09).<br />

Para Barbosa (2007), trabalhar com a “ética do encontro” na Pedagogia exige que<br />

escutemos o pensamento – as ideias e as teorias, as perguntas e as respostas das crianças e dos<br />

adultos – e o tratemos respeitosamente. Para a autora,<br />

o“outro” não está somente lá, ele também está aqui. Significa lutar para<br />

entender o que é dito, sem ideias preconcebidas sobre o que é correto ou<br />

apropriado. Uma pedagogia da “escuta” trata o conhecimento como sendo<br />

uma construção, que tem uma perspectiva provisória, e não como<br />

transmissão de um corpo de saber verdadeiro que uniformiza o “outro”.<br />

(BARBOSA, 2007, p.1078)<br />

Concordamos com Barbosa (2007, p. 1078) quando afirma:<br />

[...] se acreditarmos que as crianças possuem as suas próprias teorias,<br />

interpretações e questionamentos, que são protagonistas do seu processo de<br />

socialização nos espaços culturais em que vivem e que constroem culturas e<br />

conhecimentos, então, os verbos mais importantes na prática educativa não<br />

serão mais “falar, explicar ou transmitir”, mas “ouvir, compreender,<br />

divergir, dialogar, traduzir, formular novos conhecimentos”. Escutar<br />

significa estar aberto aos outros, compreender e construir um diálogo,<br />

acolher as diferenças e propor unidades flexíveis. Assim, a escola, funciona<br />

mais como um espaço de socialização, organização, integração, análise de<br />

conhecimentos, percepção de pontos de vista diferenciados do que como<br />

transmissora de informações.<br />

Em nosso exercício de diálogo e de aceitação das opiniões e posições dos alunos,<br />

entendendo a escola como este espaço de diálogo, citado por Barbosa (2007), deparamo-nos<br />

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