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social”. Concordamos com a autora quando ela afirma que a socialização é algo que se faz<br />
junto, é a forma a partir da qual os seres humanos praticam suas ações, vivem, evidenciam<br />
seus valores, constroem e defendem suas ideias.<br />
Entendemos que os alunos que chegam à escola carregam consigo as mais variadas<br />
experiências sociais e necessidades individuais. Cabe-nos colaborar para a concepção de uma<br />
cultura escolar adaptada a esse novo contexto.<br />
Uma primeira constatação é a existência de uma nova condição juvenil no Brasil. Tal<br />
como aponta Dayrell (2007),o jovem que chega às escolas públicas, em sua diversidade,<br />
apresenta características, práticas sociais e um universo simbólico próprio que o diferencia, e<br />
muito, das gerações anteriores.<br />
Mesmo com a diversidade, com as diferentes culturas e orientações desses jovens foi<br />
possível mobilizar o grupo, ao menos, grande parte dele para a realização deste trabalho.<br />
Como podemos evidenciar nos trechos da entrevista realizada no fimdo projeto:<br />
Rafaela: Gostei muito quando todos se uniram para fazer o roteiro da<br />
história...<br />
Caroline: Achei que a FN foi muito boa para a turma da 8ª D, porque<br />
aqueles que participaram trabalharam em equipe, todos dando opinião,<br />
falando onde deveria mudar ou acrescentar alguma coisa.<br />
Nathália: Eu fiquei muito feliz por participar dessa experiência nova. (8ª D,<br />
25/11).<br />
De acordo com Dayrell (2007, p.1110), “as práticas culturais juvenis não são<br />
homogêneas e se orientam conforme os objetivos que as coletividades juvenis são capazes de<br />
processar, num contexto de múltiplas influências externas e interesses produzidos no interior<br />
de cada agrupamento específico”. O autor afirma que podem ocorrer, em torno do mesmo<br />
estilo cultural, práticas de delinquência, intolerância e agressividade.<br />
Presenciamos nesse tempo juntos um desfrutar saudável e uma mobilização em torno da<br />
realização das tarefas propostas. Luana, uma das alunas, em nossa conversa final, afirmou:<br />
“além de termos aprendido várias coisas, será algo que iremos levar conosco quando não<br />
estivermos mais aqui, uma experiência nova e mais uma forma de aprendizado”.<br />
Para Dayrell (2007, p.1111), “a turma de amigos é uma referência na trajetória da<br />
juventude: é com quem fazem os programas, trocam ideias, buscam formas de se afirmar<br />
diante do mundo adulto, criando um ‘eu’ e um ‘nós’ distintivos”. Os amigos são o espelho de<br />
sua própria identidade, um meio de definir semelhanças e diferenças em relação aos outros.<br />
Letícia: Eu ficava super animada para ir à escola nas segundas, e isso é um<br />
milagre, porque quem me conhece sabe que só de falar em escola<br />
desanimo...<br />
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