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Também era necessário explorar o gênero oral, posto que este é pouco trabalhado na<br />
escola, o que é incoerente, já que aprendemos a falar bem antes de escrever. Na escola,<br />
algumas formas orais são comuns, como discussão em grupo, seminários e debates, mas<br />
temos que considerar que cada lugar social −rádio, TV, igreja, universidade etc. −exige uma<br />
formalidade no gênero.<br />
Para a produção da história de forma oralizada e coletiva, foi necessário atentarmos à<br />
exposição oral. Ou seja, os alunos precisavam se expressar a partir suas ideias. De acordo com<br />
Dolz e Schneuwly (2004, p.174) o gênero oral pode ser ensinado:<br />
Os gêneros orais [...] são instrumentos – ou melhor, megainstrumentos, visto<br />
que podemos considerá-los como a integração de um grande conjunto de<br />
instrumentos num todo único – que fazem a mediação da atividade de<br />
linguagem comunicativa. Falta-nos ainda escolher, dentre uma enorme<br />
variedade de gêneros, aqueles que podem, e talvez mesmo devam, tornar-se<br />
objeto de ensino. Já que o papel da escola é, sobretudo o de instruir, mais do<br />
que o de educar, em vez de abordarmos os gêneros da vida privada cotidiana,<br />
é preciso que nos concentremos no ensino dos gêneros da comunicação<br />
pública formal. Por um lado, [...] exposição, relatório de experiência,<br />
entrevista, discussão em grupo etc. [...] e, por outro lado, aqueles da vida<br />
pública no sentido lato do termo (debate, negociação, testemunho diante de<br />
uma instância oficial, teatro etc.).<br />
É comum na escola o aluno ser avaliado pelo que escreve, mas muito raramente há uma<br />
apresentação oral em conjunto com o trabalho escrito ou ainda uma atividade oral<br />
acontecendo sozinha, sem o suporte da escrita. Não tivemos em momento algum a intenção de<br />
avaliar, mas sim de colaborar o máximo possível para o aprendizado dos alunos, para que<br />
fosse proporcionada a oportunidade de aperfeiçoamento, assim como sua habilidade em fazer<br />
uso de várias linguagens. Por isso nossa preocupação com a oralidade do grupo.<br />
3.3 Solução de enigmas: possibilidades de desenvolvimento do pensamento científico<br />
Em nosso planejamento e na discussão com a Luana, entendemos que uma possibilidade<br />
de manifestação do pensamento Matemático por meio da Arte das FN seria a descoberta de<br />
charadas, enigmas e problemas. Ações que, de alguma forma, poderiam representar um<br />
mistério, um suspense, uma necessidade em desvendar e solucionar um enigma.<br />
Tínhamos como ponto de partida que o movimento do pensamento científico −<br />
levantamento de hipóteses, argumentações, busca de indícios, resolução de problemas,<br />
experiência e análise de resultados e conclusões − contribui para o desenvolvimento do<br />
pensamento Matemático. Além disso, em muitos desses enigmas era possível uma análise<br />
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